CRÓNICA | Dragão quer livrar-se da doença

5 meses atrás 48

Há duas formas de encarar uma doença: ou se sucumbe, por entre lamentos e desesperos, ou se reage e, na fraqueza, se responde com atitude. O FC Porto ainda está doente, com sintomas que não são de agora e que explicam muito do que foi a temporada, mas há algo inegociável na postura de Sérgio Conceição e dos seus: cerrar o punho e enfrentar a doença de frente. Depois de três jornadas sem ganhar, os portistas já tinham apresentado melhorias na passagem à final da Taça, a meio da semana, e agora voltaram a fazê-lo, com um triunfo por 1-2 em Rio Maior.

Sofreram novamente e tiveram de contar com Cláudio Ramos para, qual médico de reserva, manter as pulsações regulares. Mesmo com suores frios, uma temperatura mais regular e uma boa injeção na luta pelo 3.º lugar.

Até quando parece saudável

Galeno abriu o ativo @Kapta+

Alguns estariam em dúvida, diminuídos fisicamente, mas foram para jogo. Aparentaram estar bem melhor do que se podia prever, sobretudo Francisco Conceição, um dos maiores agitadores da primeira parte portista. E foi precisamente pela asa direita que o dragão mostrou saúde futebolística, com o precioso auxílio que Pepê ali emprestou sempre que pôde descair para a sua zona mais habitual. Cerca de meia hora de muito bom nível, com oportunidades, bola na trave e um golo justo.

Outros estariam em aparente melhoria, mas com um défice que já parece crónico, antes da saída final. Taremi, a poder aproveitar a ausência do castigado Evanilson, demorou bastante a conseguir-se ligar a equipa e, estranhamente, pareceu muito mais distante dos companheiros do que a proximidade geográfica de uma equipa posicionada no meio-campo contrário poderia sugerir.

Por fim, os que não acertam com os medicamentos e permitem que o corpo do dragão continue sem qualquer imunidade, à mercê das flechas que lhes podem desferir. Tão distante da solidez de outras épocas, o setor defensivo voltou a ser permeável e, no contexto aparentemente mais favorável do jogo, expôs-se a um Casa Pia que não descurou a possibilidade de ainda evitar a derrota na ida para o intervalo.

Nuno Moreira empatou o jogo @Kapta+

Não só o conseguiu, por Nuno Moreira, como se atreveu a dar a volta ainda nesse período. Experimentou o FC Porto um novo antídoto, chamado Cláudio Ramos, rapidamente destacado na taxa de eficácia com várias grandes intervenções que disfarçaram o vírus contagiante dos erros defensivos, pelo qual Otávio se mostrou contagiado.

Mesmo quando Nico González descobriu uma vitamina revigorante, num excelente pontapé, para que a equipa se voltasse a colocar em vantagem, a intranquilidade não desapareceu na equipa de Sérgio Conceição.

Também por mérito do Casa Pia, destemido e corajoso na vontade de ombrear com uma das equipas mais fortes do campeonato, ainda que em clara instabilidade. Gonçalo Santos rapidamente afastou o vírus da descida e, agora, pode valorizar os jogadores com posturas que também valorizam o espetáculo.

Na valorização dos pontos, que ainda é o melhor antídoto no futebol para as crises, o dragão levou a melhor.

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