CRÓNICA | Entre o chocolate suíço e o coma com pão

6 meses atrás 60

Tivessem as oportunidades de golo sido bem aproveitadas e talvez estivéssemos aqui a falar de «chocolate suíço», em elogio ao Sporting por uma eventual goleada sobre o Young Boys, mas a verdade é que o acumular de falhanços, que incluiu até uma grande penalidade desperdiçada por Gyökeres, ditou outro desfecho.

Falemos, portanto, noutro chocolate. Um que não evoca o glamour e a mestria chocolateira de europas distantes e que certamente não é o favorito de ninguém, mas que é, ainda assim, suficiente para saciar qualquer um. Como um bom lanche de pão com chocolate, o empate (1-1) foi suficiente para satsifazer a fome dos oitavos de final na Liga Europa!

O primeiro golo (e o primeiro falhanço)

À entrada para esta segunda mão, e apesar do que o nome do adversário evoca, foi a idade da defesa do Sporting que chamou à atenção. Com o regresso de um certo vencedor do CAN pela Costa do Marfim, Amorim apresentou um trio de centrais - Inácio, Diomande e Quaresma - com apenas 21 anos na média das idades!

Ainda assim, a juventude não impediu esse trio de mostrar sabedoria digna de mais experientes, na forma como travaram, de forma impassível, todas as investidas adversárias na sua raiz. Se há razão para o campeão Suíço ter tido poucos lances de registo em Alvalade, é porque quase todas as tentativas de ataque morreram cedo.

Mais à frente no terreno, os dois golos de vantagem na eliminatória davam tranquilidade, mas Viktor Gyökeres só precisou de uma oportunidade para fazer esse número crescer. Corria o 13º minuto quando o sueco, assistido por Trincão, tirou dois adversários do caminho e finalizou com força ao poste mais distante. Chegou aos cinco golos nesta edição da Liga Europa.

Gestão de esforço parecia ser um fator de preocupação para um leão de calendário cheio. Ainda assim, fora um remate de Cedric Itten à figura de Adán, todas as oportunidades foram coloridas a verde e branco! Daniel Bragança quis ser o principal artista, com dois remates de fora da área, mas o jogo associativo entre os homens do ataque ainda delineou o que teria sido o golo certo, caso Marcus Edwards, isolado perante uma baliza aberta, não tivesse borrado a pintura...

A idade dos porquês

Amorim aproveitou o intervalo para dar um descanso merecido a Gonçalo Inácio, mas houve outra mudança digna de realce. Em 15 minutos no balneário, os young boys cresceram um pouco e chegaram ao segundo tempo com várias perguntas para fazer. Talvez se tratasse de uma chegada à idade dos porquês, mas certo é que Adán teve todas as respostas.

Também o guarda-redes adversário, David von Ballmoos, teve resposta para dar aos 57 minutos, quando Gyökeres não conseguiu converter a grande penalidade conquistada por Trincão. O ponta de lança provou a sua imperfeição, mas Daniel Bragança conseguiu fazer algo ainda mais difícil: não só desperdiçou a recarga a esse penálti como, cinco minutos depois, permitiu outra defesa num lance em que estava isolado.

Por essa altura, também o Sporting começava a perguntar «porquê», em referência à incapacidade de voltar a colocar a bola dentro da baliza. E com razão! Os falhanços acumulavam-se, numa altura em que Edwards, responsável pelo primeiro, se agigantava no jogo pela capacidade de drible e de serviço aos colegas.

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