CRÓNICA | Gverreiros na luta, como deve ser

5 meses atrás 55

O nível exibicional geral foi bastante baixo, mas isso não impediu o SC Braga de se mostrar eficaz e sair do Estoril com uma vitória por 0-1 e os três pontos, que permitem aos Gverreiros ter agora os mesmos pontos que o FC Porto no 3º lugar. A luta promete ser até ao fim.

Perante o empate portista, o SC Braga estava de olho no pódio, mas tinha pela frente um Estoril em crescendo. Vasco Seabra promovia três alterações nos titulares (a de Rodrigo Gomes forçada), com Heriberto, Pedro Álvaro e Bernardo Vital a começarem de início. O interino Rui Duarte, por sua vez, promovia uma pequena revolução no onze inicial, chamando Ricardo Horta, Álvaro Draló, Borja, Paulo Oliveira e Vítor Carvalho à ação.

Gverreiros? Quem comprou bilhete

Dada a ambição inicial destas duas equipas, havia potencial para este jogo. Cedo se percebeu que ambas queriam ter bola, embora de forma distinta. O SC Braga mostrava-se mais paciente em ataque organizado, até porque o Estoril defendia em bloco baixo, enquanto os canarinhos tentaram ser, nos primeiros minutos, mais assertivos com bola, procurando explorar a largura do campo. De resto, os primeiros minutos deixaram «água no bico», com a ala direita do Estoril a funcionar bem e Wagner Pina a ficar pertíssimo do golo logo a abrir, mas valeu Matheus.

1ª parte foi paupérrima @Kapta+

Mal sabíamos, no entanto, que era apenas «falso alarme». O arranque foi bom, mas o ritmo baixou drástica e rapidamente com o passar dos minutos e ambas as equipas trocavam a bola inofensivamente e inoperante, mastigando processos. O SC Braga tinha mais bola, mas o ataque parecia quase imóvel, salvo certas diagonais de Banza e um par de movimentos de Ricardo Horta, enquanto o Estoril deixou rapidamente de apostar nas diagonais longas para as alas e ficou órfão de iniciativas individuais de Guitane e Mateus Fernandes, claramente insuficientes.

Vítor Carvalho ainda obrigou, aos 36' e após cruzamento na direita, Carné a boa defesa, mas este foi dos poucos pontos de interesse de uma 1ª parte onde as maiores figuras eram os adeptos - 3639 no estádio -, especialmente do SC Braga, que apoiavam bem acima do nível visto dentro das quatro linhas. Faltava tanto e tanta coisa. Nem parecia que havia ainda ambições para estas duas equipas.

Valeu o golo

Era preciso muito mais e melhor para alegrar um jogo insonso, mas a verdade é que os primeiros minutos da 2ª parte não trouxeram grandes esperanças à boa casa que se via no Coimbra da Mota. Tiago Araújo até teve uma boa oportunidade logo aos 50', num jogada bem construída a partir de trás, mas atirou a bola para fora do estádio. O desespero era real.

Do lado bracarense, por sua vez, o cenário não era melhor, mas a equipa ficou com o ataque mais clarividente quando Ricardo Horta deixou de deambular tanto entre corredores e passou a fixar-se mais atrás de Banza, procurando fazer a equipa jogar. Isso libertou Bruma e Djaló nas alas e o segundo, até então completamente desaparecido, acabou mesmo por celebrar, à passagem do minuto 64', numa boa transição e após um belo cruzamento de Borja na esquerda.

2ª parte pouco melhorou @Kapta+

Esperava-se uma resposta adequada de um Estoril ainda com objetivos por cumprir na temporada e Vasco Seabra tentou vitalizar a equipa com as entradas de João Marques e Alejandro Marqués para a frente de ataque, mas a equipa continuava com processos lentos com bola e apenas de bola parada - Basso perto do golo, num canto, aos 80' - criava perigo. Apesar disso, estava tudo em aberto e o Estoril tentou encostar os arsenalistas às cordas na ponta final.

Os da casa até conseguiram ter bola, com alguma permissão adversária, mas não passou disso e o SC Braga conseguiu mesmo agarrar-se aos sofridos três pontos com unhas e dentes, somando agora os mesmos pontos que o FC Porto no 3º lugar. A luta promete e há duelo entre ambos, com o Vitória SC atento, na última jornada.

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