CRÓNICA | Laranja suculenta

3 meses atrás 39

Os Países Baixos conquistaram, este domingo, a primeira vitória na fase de grupos do Campeonato da Europa. Em Hamburgo, numa partida apitada por Artur Soares Dias, os neerlandeses bateram a Polónia, por 1-2, na estreia na competição.

A seleção orientada por Ronald Koeman realizou uma exibição de encher o olho, mas a falta de eficácia não permitiu a construção de um resultado mais avolumado e, porventura, mais justo. Para lá dos dois golos apontados, contaram-se mais de uma mão cheia de belas oportunidades que foram desperdiçadas pela laranja.

Falta de eficácia adiou o inevitável

Cedo se percebeu que os argumentos das duas seleções são muito diferentes. Os Países Baixos, com naturalidade, assumiram as rédeas desde o primeiro instante e os polacos, mais cautelosos, esperaram pelos momentos ideais para ripostar. Os minutos inaugurais não foram, de todo, fáceis para a seleção da Polónia, mas a falta de eficácia da laranja ajudou à causa dos menos favorecidos.

Com menos armas, a Polónia não se inibiu ainda assim de ir ao ataque e mostrou ao adversário o que significa ser eficaz. Num lance de bola parada, perfeitamente contra a corrente do jogo, Adam Buksa cabeceou nas costas de Dumfries e abriu o ativo.

Um jogo animado, aberto e com domínio neerlandês teve essa toada a acentuar-se. Praticamente sempre pelo flanco esquerdo, com Cody Gakpo muito interventivo e Nathan Aké a ser criador de perigo sempre que investiu pela ala, os Países Baixos foram criando ocasiões mais do que suficientes para chegar ao golo, muitas das vezes na transição ofensiva - letais nesse aspeto com as motas Gakpo e Depay -, mas também com capacidade em ataque posicional.

Entre defesas de Szczesny e uma tremenda falta de eficácia, os neerlandeses 'só' conseguiram empatar, num pontapé de meia distância de Gakpo, assistido - claro está - por Aké. Ênfase no 'só', porque a seleção de Ronald Koeman criou o suficiente para recolher aos balneários em vantagem. Gakpo, embora tenha feito o gosto ao pé, foi também o rosto principal da ineficácia.

Era preciso o homem de área

Gakpo voltou a dar um sinal de imenso perigo logo nos primeiros instantes da segunda metade e Xavi Simons - rara aparição - desperdiçou também uma chance de carimbar a reviravolta. A entrada forte prometeu, mas os Países Baixos perderam gás e a Polónia, mais confortável no jogo, equilibrou e respirou melhor do que nunca.

No melhor período, os polacos também conseguiram aproximar-se com perigo da baliza de Verbruggen, mas, acima de tudo, conseguiram reduzir a frequência das oportunidades adversárias, fruto de uma maior solidez ao nível defensivo. Koeman já tinha mexido pela primeira vez, mas foi na segunda vaga de alterações que tirou o maior proveito.

O selecionador neerlandês abdicou da mobilidade de Depay e lançou Weghorst como referência para os últimos dez minutos. Remédio santo: com apenas três minutos em campo, o ponta de lança recebeu de Aké - segunda assistência da tarde - e finalizou com a frieza caraterística de um número 9.

Resultado justo para as muitas (e boas) ocasiões criadas pelos Países Baixos, estes não se livraram, ainda assim, de um susto na reta final. Swiderski teve o empate nos pés, a um minuto dos 90', mas Verbruggen segurou a vitória e ofereceu a liderança do grupo D aos neerlandeses, que esperam pelo resultado do Áustria - França para perceber se vão ter companhia no trono.

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