CRÓNICA | Meia chama não chegou

5 meses atrás 70

O FC Porto voltou a perder pontos em casa. Os dragões empataram a dois golos contra o Famalicão, num jogo onde a primeira parte onde a equipa foi muito curta a defender. Melhorou no segundo tempo, mas não chegou, perante uma equipa minhota bem organizada.

É inevitável, a equipa do FC Porto vive tempos de ansiedade. Joga debaixo de uma pressão emocional como há muito tempo não via e isso reflete-se em campo.

Os comandados de Sérgio Conceição tiveram muita dificuldade em organizar o jogo como quase sempre fizeram e deixaram o Famalicão confortável desde início.

A formação de Armando Evangelista descobriu cedo como ferir os dragões. Wendell viviu uma primeira parte de terror: sem intensidade no ataque, nos duelos, em quase tudo o que fez. Aos nove minutos Cádiz abriu o marcador, depois de um cruzamento de Puma Rodríguez pelo lado do ala esquerdo portista.

Muita bola e pouca ligação

O FC Porto pagou caro o preço de entrar sem a dinâmica asfixiante de outros tempos e teve de ir atrás do jogo.

A equipa de Sérgio Conceição soube povoar os terrenos ofensivos, mas revelou falta de rapidez e ligação entre os setores. Grujic nunca teve a capacidade de Alan Varela, assim como a relação de Jorgie Sánchez com Francisco Conceição foi uma sombra do papel entre João Mário e o irreverente extremo português.

Os dragões melhoraram quando Pepê ganhou influência nas zonas interiores, com Francisco Conceição e Iván Jaime. A relação com o português foi mais notória e o golo portista surgiu assim. Lance individual, pela linha final, remate de ângulo apertado e uma ajuda inusitada de Zaydou Youssouf.

O empate ajudou os portistas a ganharem confiança no jogo. A equipa de Sérgio Conceição acelerou processos, ganhou mais bolas, correu mais, mas chegar com perigo à baliza de Luiz Júnior foi um objetivo que nunca atingiu.

A arte de defender

Apesar do domínio durante a primeira parte, o FC Porto terminou os primeiros 45 minutos a sofrer. Sérgio Conceição deve ter ficado com os cabelos em pé, quando viu a quantidade de erros defensivos que originaram no segundo golo dos famalicenses. Gustavo Sá cruzou sem oposição, toda a defesa falhou e Cádiz marcou sem oposição.

A grande maioria dos 30 mil adeptos das bancadas - tirando os aficionados do Famalicão - não gostou. A equipa do FC Porto foi para o balneário debaixo de coro de assobios estrondoso.

A imagem da segunda parte foi bem melhor: os azuis-e-brancos apresentaram-se com Alan Varela, Galeno e Taremi e o jogo ficou mais intenso. A equipa de Sérgio Conceição encostou o Famalicão à defesa, mas teve muita dificuldade em acordar o espírito do Dragão.

O Famalicão foi uma muralha a defender, com Luiz Júnior a encabeçar esse papel. Com uma estrutura muito próxima, os minhotos anularam com grande mestria as investidas de Galeno e Francisco Conceição, assim como o trabalho interior de Taremi e Evanilson.

Tentar, tentar e conseguir

A pressão azul-e-branco cresceu de uma forma brutal. Sérgio Conceição reencarnou Quinito e colocou toda a carne no assador. Namaso juntou-se a Evanilson, Taremi, Pepê, Francisco Conceição e Galeno. E ainda houve Varela e Nico González a recuperar bolas numa fase de construção permatura.

O FC Porto fez o empate, depois do Famalicão ter ficado com a defesa perdida. Taremi encostou, após uma arrancada de Galeno. Os últimos minutos de grande intensidade portista na procura da vitória, mas Armando Evangelista soube congelar o jogo, refrescou a equipa e as substituições quebraram o ritmo dos dragões.

Evanilson ainda foi expulso a terminar e o FC Porto não teve capacidade de inverter o resultado e terminou a partida com empate e um novo coro de críticas dos adeptos.

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