CRÓNICA | Se a estreia foi assim, venha o futuro!

9 meses atrás 52

Que espetáculo! Na estreia oficial do Estádio da Luz em jogos da Liga dos Campeões feminina e perante mais de 10 mil adeptos, sempre num clima de festa, o Benfica fez um exímio jogo tático, onde até pecou pela ineficácia, e somou uma importância, e merecida, vitória por 1-0 frente às alemãs do Eintracht Frankfurt, muito importante nas contas do grupo.

Era a estreia absoluta do Estádio da Luz em jogos da Liga dos Campeões feminina e o Benfica tinha um teste de fogo. Do lado encarnado, a treinadora Filipa Patão apostava no 3x4x3, com Kika Nazareth a fazer de Jéssica Silva (lesionada) na frente. Do outro lado, Niko Arnautis apostava no seu habitual onze, o mais forte, numa equipa atualmente em 3º lugar no campeonato alemão, um dos melhores da Europa.

Lição estudada (quase) na perfeição

Era um teste de fogo na Luz e o público marcou presença - 10785 adeptos. Dentro das quatro linhas, o Benfica entrou a pressionar altíssimo e a usar Kika Nazareth junto ao miolo para criar vantagem numérica sem bola e nas alas quando com bola. Defensivamente, as encarnadas usavam bem a sua linha de três, que ia controlando bem a profundidade e retirando Anyomi e Freigang de zona frontal e obrigando-as a jogar mais na largura, onde não davam tanto à equipa.

PAtão estudou a lição @Getty /

Do outro lado, as constantes permutas posicionais e diagonais de Alidou e Nycole iam criando algum desacerto a uma defesa alemã conhecida pela sua coesão e resultaram mesmo em algumas boas ocasiões, até porque o Benfica entrou dominante e mandão. Contudo, as comandadas de Filipa Patão não conseguiram manter esse nível de intensidade, muito alto, durante tanto tempo e as germânicas aproveitaram para ter mais bola, embora quase nunca com perigo enorme, de tal modo que a sua aposta passava pela meia distância e a bola parada.

Na ponta final da 1ª parte, algumas investidas do Eintracht pelas alas, quase sempre pela direita, ainda assustaram, mas Pauels foi-se mostrando atenta a sair da baliza e segurou o perigo. O Benfica, por sua vez, embora num menor ritmo, continuava mais perigoso e ia testando Johannes na baliza alemã. No entanto, a maior oportunidade surgiu já nos descontos, quando, numa jogada de insistência, Ucheibe respondeu ao bom cruzamento de Lais e, no coração da área, rematou por cima. Faltava o golo para aquecer uma boa noite, mas fria, de futebol e uma boa partida, até ao momento, das águias.

Era só o que faltava!

Faltava eficácia para a 2ª parte ser melhor, mas a verdade é que nos primeiros minutos vimos um Eintracht melhor, capaz de usar a largura que o Benfica obrigava a usar e Catarina Amado foi obrigada, por isso, a subir menos, embora Lúcia Alves, do outro lado, continuasse a ser a principal dinamizador ofensiva da equipa, com as suas diagonais e passes a rasgar.

Lúcia Alves encheu o campo @Getty /

Notava-se o cansaço e o crescente medo de errar num jogo tão renhido e disputado e durante alguns minutos batalhou-se imenso no miolo, até porque ambas as defesas iam impedindo a aposta em passes de rutura. O jogo entrou numa fase de maior estudo e pareciam faltar ocasiões, mas as bancadas da Luz tiveram o merecido golo. À passagem do minuto 70', Kika Nazareth cruzou tenso na direita, a defesa falhou a interceção e Alidou parou no peito e, já dentro da área, atirou a contar. Estava feito o 1-0 e era a explosão de alegria encarnada.

O EIntracht, até aqui algo incapaz ofensivamente, com mérito do Benfica pelo meio, era, agora, obrigado a correr completamente atrás do prejuízo. As águias viram-se obrigadas a baixar linhas, mas conseguiram gerir bem o ritmo de jogo e foram frustrando o Eintracht. A ansiedade crescia a cada minuto, mesmo com as bancadas em constante apoio, as alemãs pressionaram até ao último suspiro, mas o Benfica defendeu-se com unhas e dentes e somou uma importante vitória por 1-0, isolando-se no 2º lugar do grupo.

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