CRÓNICA | Tempero dividido

1 semana atrás 28

Temos de começar esta crónica a descrever algo que aconteceu antes do encontro propriamente dito. As Caxinas, localidade famosa de Vila do Conde, são conhecidas pelos pescadores. Arouca é conhecida, não só pela serra, mas também pela deliciosa posta arouquense. A minutos do início do jogo, a mascote do Rio Ave ergueu um cartaz onde se lia «Bate palmas se achas que sardinha é melhor que posta». A bancada aderiu ao aperitivo e os jogadores também não faltaram ao repto.

Não, as formações não bateram palmas, mas jogaram e fizeram jogar. Num duelo intenso pelos três pontos, Rio Ave e FC Arouca não foram além de um empate a um golo que teve muita história para contar. No fundo, o tempero acabou dividido.

Sardinha de S. Jorge 

Normalmente, na cidade do Porto, o S. João é uma das grandes festividades onde a sardinha é rainha. Neste caso, decidimos adaptar à Sardinha de S. Jorge.

Porquê? É simples. A primeira parte ficou marcada por alguma equilíbrio entre os comandados de Luís Freire e Daniel Sousa, no entanto, houve uma quebra nesse mesmo fator.

Depois de vários ataques inconsequentes parte a parte, sendo que nenhuma equipa estava adormecida no jogo, João Teixeira fez uma assistência brilhante para a bola que Joca picou sobre De Arruabarrena. Daí S. Jorge - dado que é o primeiro nome do extremo do Rio Ave.

O FC Arouca tentou morder o isco e ser o elo mais forte, mas, nos primeiros minutos, não o conseguiu fazer.

Posta de tempero invalidado

Rafa Mujica é insaciável. Não, não estamos a falar de comida novamente, mas, sim, de golos. Foram precisos apenas dois minutos para chegar ao 20º golo da temporada ao serviço dos arouquenses e arrancar a ferros o tempero da motivação. A partir daqui, o Rio Ave teria de acordar.

52. 56. 58. O azar da turma de Luís Freire é impossível ser descrito. Não, não são números aleatórios, são apenas o número dos minutos em que o Rio Ave viu golos anulados por fora de jogo.

A sagacidade atacante estava lá e era bem notória, mas ,simplesmente, o azar vilacondense e a sorte arouquense vieram ao de cima e estavam completamente à superfície.

Até ao final do encontro, a toada não mudou, tal como o resultado. Assim, a formação rioavista permanece o Rei dos Empates com 16 (!) em 30 jornadas, enquanto o FC Arouca chega aos 44 pontos.

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