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3 meses atrás 72

Vitória inglesa, mas com argumentos e - muito - espaço para começar a fazer melhor, como aconselha a música Hey Jude. Jude? Nem a propósito: ingleses, bem podem agradecer a Jude Bellingham. Camisola 5 ou 10, não importa. Sempre de branco, Bellingham tirou a temporada para ser decisivo, dar alegrias ao Real e esperança à Inglaterra.

Tarde agressiva

Infelizmente, o Sérvia-Inglaterra não começou quando suposto. Durante a tarde, centenas de adeptos, que se deslocaram à Alemanha para acompanhar de perto o respetivo país no EURO, envolveram-se em conflitos, rixas acesas e violentas, que não deviam ter lugar nas solarengas tardes de verão abençoadas com futebol internacional.

Apesar de, desta feita, ser permitida e, por vezes, necessária, a agressividade também constou nas quatro linhas mal soou o apito inicial. O jogo foi para duros: demasiado faltoso e com vários confrontos físicos.

Não obstante, a Inglaterra, mais habilidosa a cambalear entre o futebol físico e o técnico, chegou à vantagem. Bukayo Saka desequilibrou pelo corredor direito e, perturbado, tirou o cruzamento prensado. A bola não foi para Harry Kane destinatário orignal, e encaminhou-se para Jude Bellingham que apareceu de rompante na pequena área a cabecear para o fundo das redes. Ativo aberto por um dos homens da época.

Hora de dar a volta ao tabuleiro

A Sérvia, sempre agressiva a tentar recuperar, apoiou-se nas individualidades. Quando o coletivo não funcionou - durante a primeira meia hora, sobretudo - Aleksandar Mitrovic e Dusan Vlahovic fizeram questão de tentar a sorte, com remates espontâneos. 

Sérvia pediu grande penalidade neste lance, por empurrão nas costas @Getty /

A primeira parte findou com os sérvios a darem outra imagem, mais estruturada, ponderada e atacante, uma toada que se transportou para o segundo tempo. O descanso fez bem e a equipa passou a mandar no encontro.

O «mandar» foi tão intenso, que chegou a ser surpreendente. Inglaterra sem bola, incapaz, remetida para a grande área de Pickford, eclipse de Saka, Foden e Kane. Impressionante, irreconhecível e sofrível por parte de uma seleção que tem argumentos para fazer diferente: mais e melhor.

No meio da apatia de Southgate, Kane ainda conseguiu atirar uma bola ao ferro, mas nem por isso a partida deixou de ser dominada pelos sérvios. No ar, ficou um «se»: e se a Sérvia não se tivesse amedrontada na primeira meia hora? 

Questão que nunca será respondida. Para já, fica a certeza que a Inglaterra começou o EURO 2024 com uma vitória, por mais tímida que seja.

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