"Cuidado com as preferências". Plano do Governo para imigrantes "pode gerar desigualdades"

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Obra Católica das Migrações

03 jun, 2024 - 12:14 • André Rodrigues

Eugénia Quaresma diz compreender a preferência por profissionais qualificados e por cidadãos de países lusófonos. Mas avisa o Executivo que a estratégia para a imigração deve procurar um equilíbrio entre o desenvolvimento do país e o desenvolvimento das economias emergentes, de onde provêm muitos imigrantes que chegam a Portugal.

A diretora da Obra Católica Portuguesa das Migrações pede “cuidado com as preferências” quanto à entrada de imigrantes em Portugal.

Em causa está o facto de a estratégia do Governo prever a atração de trabalhadores qualificados e um tratamento diferenciado para cidadãos de países lusófonos, a par com outras medidas para regular a entrada de cidadãos estrangeiros.

“Eu percebo a preferência e faz sentido, até pelas relações históricas”, começa por referir Eugénia Quaresma que, ao mesmo tempo, avisa que “podemos estar a gerar desigualdades”.

Reconhecendo que o país precisa dos imigrantes, a diretora da Obra Católica Portuguesa das Migrações lembra que, “precisamos de pessoas qualificadas para diferentes áreas, até por aquilo que está a ser anunciado: projetos de reconstrução e de qualificação e que precisam de pessoas qualificadas”.

No entanto, Eugénia Quaresma diz que “jovens qualificados também fazem falta nos países de origem…, é a questão dos nacionalismos: não podemos estar em primeiro lugar”.

E remata: “eu tenho de querer o meu desenvolvimento, sem esquecer o desenvolvimento do outro. Tem de haver um equilíbrio que ainda não encontramos”.

Sem conhecer, por agora, as medidas mais apertadas para as migrações que o Governo vai anunciar esta segunda-feira, a diretora da Obra Católica Portuguesa das Migrações diz compreender a necessidade de regulação, mas “é importante que o sistema funcione desde a origem, não só cá em Portugal”.

Eugénia Quaresma alerta que o sistema deve funcionar “em pleno”, para que “as coisas funcionem e as pessoas tenham um canal oficial onde possam recorrer para melhorarmos toda a situação”.

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