Da Swed House à Stars Coffee: qualquer semelhança com o original não é pura coincidência

9 meses atrás 82

Uma das formas da Rússia mostrar que nada mudou após a invasão da Ucrânia (com o consequente boicote das marcas) no tecido económico do país passa pelas cópias locais das marcas reconhecidas em todo o mundo.

Apesar da maioria das marcas ocidentais ter deixado a Rússia após a invasão da Ucrânia, os seus produtos continuam a ser fáceis de encontrar dentro do país. A única diferença agora é que os prazos de entrega dos produtos são mais longos e alguns produtos estão mais caros, segundo avança a “Reuters”.

As cópias locais das marcas reconhecidas em todo o mundo já eram uma realidade que se tinha acentuado com o início da guerra na Ucrânia e muitos encaram esta estratégia como uma forma de dar uma normalidade aparente ao tecido económico russo.

Conta o El Economista que, quando a Swed House abriu portas no inverno de 2021, esta marca de artigos para o lar com uma clara conotação escandinava era uma das empresas locais que operavam na sombra. O mesmo aconteceu com as lojas de roupa Zarina e com a cafeteria Stars Coffee, cuja referência (muitas vezes fonética) à marca original está bem patente.

No final de fevereiro deste ano, podia ler-se na imprensa que os camiões carregados com Coca-Cola continuam a cruzar a fronteira com a Rússia, os turistas voltam carregados com as últimas novidades da Zara e os mercados online locais compram todo o stock de móveis do Ikea. Apesar das marcas tentarem sair do mercado russo, os seus produtos permanecem nele.

Este facto mostra as dificuldades que as marcas e as empresas enfrentam no que toca ao controlo das cadeias de fornecimento, após se sair de um mercado.

No caso da Zara, a empresa mãe, Inditex, fechou cerca de 502 lojas na Rússia e vendeu-as ao grupo Daher. Mas uma análise da “Reuters”, mostrou que as importações em pequena escala e os vendedores online continuam a ter produtos desta marca.

A Rússia, após as marcas começarem a deixar o país, legalizou as chamadas importações paralelas, que permitem que os lojistas tragam produtor do exterior sem ser necessária a permissão do proprietário da marca.

Os sites online de produtos eletrónicos continuam a vender uma grande parte de produtos importados, e os vendedores anunciam que trazem produtos do exterior. Os produtos continuam disponíveis tanto em lojas físicas como em lojas online, os consumidores só precisam de saber onde procurar. A maioria das mercadorias não está sujeita a sanções e os fluxos transfronteiriços são legais.

Em fevereiro deste ano, uma lista elaborada pela Universidade de Yale mostrava que 517 empresas saíram definitivamente da Rússia. Entre estas empresas, esta entidade destaca a Accenture, Adidas, Aldi, BlackRock, BP, Cisco, Deloitte, H&M, IBM, LVMH, McDonald’s, Netflix, Qantas Airlines, Starbucks.

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