Dacia vendeu 1 milhão de automóveis a GPL! Marcha atrás nos elétricos?

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Ninguém tem o dom de adivinhar o futuro, apesar de alguns vaticinarem acontecimentos. Um desses cenários aponta os veículos elétricos como a escolha de todos, até dos céticos. Mas, hoje, os dados dizem que pode não ser bem assim. Um exemplo: a Dacia vendeu 1 milhão de automóveis a GPL.

Os Bi-fuel estão a crescer... e os elétricos irão vingar?

Cada vez se vendem mais carros bi-fuel na Europa. Estes apresentam uma proposta mais económica, servindo quer as empresas, quer os particulares. Além disso, este segmento, para o mercado empresarial, está também debaixo da asa dos benefícios fiscais estatais.

Os dados são claros, e várias marcas apostam atualmente numa oferta musculada. Um exemplo forte desta oferta é a Dacia, o único fabricante de automóveis a oferecer motores a bicombustível, a gasolina e a GPL, ECO-G100 em toda a sua gama.

Com uma oferta também na gama de elétricos, a empresa referiu que no final de julho de 2024, a Dacia era líder no mercado europeu de GPL, com uma quota de 67%, e com quase 40% dos clientes da marca a optarem por automóveis a GPL. A par desta aposta dos clientes da Dacia (e não só), notou-se um claro arrefecimento dos elétricos, com sinais fortes de uma preocupação global, com despedimentos, e encerramento de unidades de fabrico.

1 milhão de automóveis a GPL

Segundo reporta a empresa, nos últimos 14 anos foram vendidos mais de 1 milhão de automóveis a GPL. E se, no meio deste período, o mercado ainda inverteu as regras, dando prioridades aos elétricos e eletrificados, os Bi-Fuel ganharam também mais predominância.

Em Portugal, a Dacia é a líder de vendas no segmento dos automóveis movidos a Bi-Fuel (GPL+Gasolina), com o motor ECO-G 100 Bi-Fuel a ser responsável por mais de 65% das vendas dos modelos Sandero, Sandero Stepway Jogger e Duster.

O sistema bicombustível, que passou a chamar-se ECO-G 100, em 2020, fornece até 170 Nm de binário a partir das 2.000 rpm e a sua versatilidade proporciona uma série de vantagens. 

A unidade de propulsão ECO-G100 é mais potente do que a versão a gasolina (com mais 10 cv e mais 10 Nm), consome menos 10% e emite menos 10% de CO2.

É seguro o GPL?

Os automóveis são concebidos e construídos para funcionar a GPL e o depósito está situado no compartimento onde se encontra a roda sobresselente nos outros automóveis, pelo que não ocupa espaço no depósito de gasolina ou na bagageira. Os modelos a GPL têm as mesmas garantias de, 3 anos ou 100.000 quilómetros, de todos os outros automóveis da gama Dacia.

O grupo propulsor ECO-G 100 é acessível na aquisição e económico na utilização O GPL é um dos combustíveis mais baratos do mercado: custando até 40% menos do que a gasolina sem chumbo 95, por exemplo, poupando cerca de 40 euros de cada vez que enche o depósito.

Um automóvel bicombustível a gasolina e a GPL funciona igualmente bem com qualquer um dos combustíveis. Tem dois depósitos separados, cada um com cerca de 50 litros, consoante o modelo. E é simples de utilizar: o condutor pode mudar manualmente de um para o outro e depois voltar a fazê-lo, ou o automóvel pode mudar automaticamente para a gasolina quando o depósito de GPL estiver vazio.

Vantagens dos automóveis bi-fuel

Como já referimos, este tipo de veículos, que podem operar tanto a gasolina como a GPL (Gás de Petróleo Liquefeito), oferecem uma série de vantagens que estão a atrair tanto consumidores particulares como empresas.

Economia de combustível: uma das principais vantagens dos automóveis bi-fuel é a economia significativa nos custos de combustível. O GPL é geralmente mais barato do que a gasolina, o que se traduz em poupanças consideráveis a longo prazo, especialmente para condutores que percorrem grandes distâncias diariamente. A capacidade de alternar entre gasolina e GPL permite ainda otimizar os custos, escolhendo o combustível mais económico em cada situação. Menor impacto ambiental: os automóveis bi-fuel também oferecem vantagens ambientais. O GPL é um combustível mais limpo em comparação com a gasolina, emitindo menos dióxido de carbono (CO₂) e outros poluentes nocivos. Isto contribui para a redução da pegada ecológica dos condutores, um fator cada vez mais importante num contexto de crescente preocupação com as alterações climáticas. Maior autonomia: com dois sistemas de combustível, os automóveis bi-fuel oferecem uma autonomia superior à dos veículos movidos exclusivamente a gasolina ou gasóleo. Isto é particularmente útil em viagens longas, onde a disponibilidade de postos de abastecimento pode ser limitada. O condutor pode utilizar gasolina ou GPL conforme a necessidade, o que permite cobrir distâncias maiores sem paragens frequentes para reabastecimento. Redução de custos: o custo de manutenção dos sistemas de GPL é geralmente comparável ao dos veículos a gasolina, não exigindo cuidados adicionais significativos. Benefícios fiscais: a opção por este tipo de veículos também traz vantagens fiscais, que podem ser uma solução de grande economia para as empresas. Assim, na aquisição ou no leasing, os veículos bi-fuel beneficiam de uma dedução do valor do IVA em 50%, caso o valor do negócio seja de até 37.500 euros. Para ajudar ainda mais, o IVA também pode ser deduzido em 50% nos abastecimentos de GPL. Finalmente, o valor da depreciação fiscalmente aceite é maior no caso dos veículos a GPL. No máximo, a dedutibilidade de gastos com depreciações pode ir até 9.375 euro por ano.

Com a expansão da infraestrutura de GPL e o apoio contínuo de políticas favoráveis, é provável que os automóveis bi-fuel continuem a ganhar terreno no mercado europeu, consolidando-se como uma opção viável para quem procura reduzir custos e minimizar o impacto ambiental sem comprometer a flexibilidade e a conveniência.

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