De que serve ter Chaves se a porta fica aberta?

A crise do GD Chaves adensa-se, com a equipa a sofrer nova derrota, desta vez em casa, e a afundar-se no fundo da tabela da Liga Portugal Betclic durante pelo menos mais uma semana. 

Já era dona do registo de pior defesa desta competição, mas a formação flaviense continua a manter a porta dos golos completamente escancarada, tanto que o Casa Pia, que até esta tarde representava o lado oposto da moeda (pior ataque da Liga), abandonou esse estatuto com um triunfo por 1-3.

Mudanças permitiram arranque forte

Pedro Moreira apresentou o Casa Pia com um novo esquema, abdicando o trio de centrais, na ausência do capitão Vasco Fernandes, para atuar com uma linha de quatro. Os resultados foram imediatos. Os gansos controlaram a posse de bola, instalaram-se no meio-campo adversário e começaram a somar lances de perigo, até que a bola começou a entrar.

Primeiro foi Clayton, o melhor marcador da formação casapiana, a abrir o marcador com uma bela finalização de primeira. Muito mérito para Yuki Soma, que já estava a ser o elemento mais perigoso quando se soltou da marcação para entrar na área e servir o ponta de lança brasileiro.

As dores do GD Chaves duplicaram apenas três minutos depois, aos 23´, quando Tiago Dias aproveitou todo o espaço cedido pela defesa flaviense, incluindo o guarda-redes, e atirou de fora da área para o 0-2. Rodrigo Moura não ficou propriamente bem na fotografia, mas redimiu-se poucos minutos depois, ao evitar o terceiro golo com uma bela defesa.

Reação evidente, mas insuficiente

A necessidade de mudança era cada vez mais evidente para Moreno, que queria evitar a todo o custo um resultado duro como o da jornada passada (4-0 no Estoril). Nesse sentido, o treinador do GD Chaves fez duas mexidas logo aos 30 minutos, tirando um defesa central (Steven Vitória) para encaixar diretamente no 4-4-2 do adversário.

O resultado dessa alteração foi desde logo evidente. Até ao fim da primeira parte o Casa Pia, que até aí dominava, não voltou a criar mais nenhuma oportunidade, enquanto a equipa da casa crescia e conseguiu reduzir a desvantagem com um cabeceamento certeiro de Jô Batista, em resposta a uma bola parada cobrada por Kelechi Nwakali.

A equipa do GD Chaves continuou por cima no segundo tempo, com mais bola e a rondar constantemente a área adversária, mas raramente criou ocasiões que possam ser consideradas como flagrantes. Faltou alguma faísca criativa no último terço e por isso não surgiu o empate, que serviria para tirar os homens de Moreno do último posto.

Já os visitantes, bem mais tímidos desde o agigantar transmontano, aproveitaram da melhor forma um lance de contra-ataque para fazer o 1-3 e fechar as contas do jogo. Fernando Andrade na condução e assistência para o bis de Clayton, que foi o melhor em campo nesta ocasião.