Debate entre Pedro Nuno e Montenegro teve “muitas interrupções e sobreposições”

6 meses atrás 58

No que diz respeito a matéria económica, nenhum dos candidatos terá “conseguido expor as suas ideias”.

O economista Filipe Garcia, contactado pelo JE, diz que no debate de ontem entre o secretário geral do PS, Pedro Nuno Santos, e o líder da Aliança Democrática, Luís Montenegro, nenhum candidato conseguiu expor as suas ideias em matéria de economia.

Para o economista, “o debate teve muitas interrupções e sobreposições”.

Segundo o economista, ficou evidente que “Pedro Nuno Santos pretende ter o Estado a dirigir os destinos de investimento e Luís Montenegro defende uma perspectiva mais de mercado, que faça crescer a economia acima das previsões que o PS faz, mas não me parece que um espectador, só com este debate, pudesse retirar muitas conclusões”, frisou.

“Ambos atiram números para cima da mesa, mas esquecem-se que os espectadores/eleitores, não têm conhecimento dos dossiers, pelo que esses números, que muitas vezes nem sequer são comparáveis, acabam por confundir mais do que outra coisa”, destacou o especialista.

No debate de ontem, Montenegro falou sobre a política salarial, comprometendo-se a fazer valorizações de 4%, mas focando na questão de uma reforma assente também no desempenho.

Por sua vez, Pedro Nuno, que quer o salário mínimo em 1000 euros até 2028, classificou como “uma grande ambição” do PSD que o salário médio atinja os 1750 euros com um atraso de três anos em relação ao que os socialistas pretendem.

Ainda no mesmo debate, o secretário-geral do Partido Socialista acusou o PSD de apresentar “uma aventura fiscal”. “O vosso cenário macro é um ato de fé”, sublinhou no debate. Luís Montenegro respondeu com um cenário que foi construído por economistas reconhecidos e validado por independentes. Montenegro acusou ainda “o PS de voracidade fiscal completa. Nunca está satisfeito”.

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