Desacatos de Lisboa. Nada justifica "incendiar autocarros e pôr em risco pessoas inocentes"

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A Semana de Nuno Botelho

26 out, 2024 - 10:00 • André Rodrigues

Presidente da Associação Comercial do Porto admite que, "por princípio", é sempre favorável à ação da polícia na reposição da ordem em casos de violência extrema. Contudo, se a investigação determinar que errou, "tem de ser punida".

Desacatos de Lisboa. Nada justifica "incendiar autocarros e pôr em risco pessoas inocentes"

A vaga de violência desta semana na Grande Lisboa “não deve ser vista de forma demagógica”, alerta na Renascença o presidente da Associação Comercial do Porto.

No seu habitual espaço de comentário aos sábados, no programa ‘Manhã, Manhã’, Nuno Botelho reconhece que o país tem assistido a “um crescimento muito grande da violência e da criminalidade em Portugal e de forma muito rápida”.

Para o empresário e jurista, os episódios desta semana revelam “um mundo de violência e de criminalidade a que nós não estávamos muito habituados. Há que atacar esses problemas antes que esses problemas nos ataquem a nós, sob pena de termos os guetos a crescerem e a transformarem os bairros sociais em zonas onde a polícia tem cada vez mais dificuldade em atuar”.

Questionado sobre a aparente contradição de versões dos acontecimentos, entre o que diz a PSP e o que terão reconhecido, em depoimento, os dois agentes que estiveram envolvidos na morte de Odair Moniz, Nuno Botelho assume que, “por princípio” é favorável à ação da polícia. Mas lembra, no entanto, que “a polícia não está acima do escrutínio e as coisas têm de ser analisadas. Se a polícia falhou, tem de ser penalizada por isso”.

Também por princípio, Botelho considera que “não é normal, nada justifica, como reação seja ao que for, incendiar autocarros e pôr em risco pessoas inocentes que só querem chegar a casa em paz e sossego”.

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Norte da semana

O futuro da disciplina de cidadania. “Discutir a disciplina de cidadania não é um crime. Se alguém tem dúvidas quanto a isso, sugiro que ouçam a posição do deputado Sérgio Sousa Pinto, insuspeito de ser um reacionário, ou até um perigoso conservador. Para ele, a disciplina de cidadania devia ser a discussão sobre o que é a democracia, que direitos temos como cidadãos, qual o papel da Assembleia da República, qual o papel de um primeiro-ministro ou de um Presidente da República. As nossas crianças entre os 10 e os 12 anos deveriam saber mais sobre isso, sem tentativas de enviesar as suas opiniões da forma como tem sido feito nos últimos anos”.

Desnorte da semana

Guterres na cimeira BRICS. “Prestou um péssimo papel à ONU com a sua presença esta quarta-feira, na semana dos BRICS, em Kazan, na Rússia. É lamentável que esteja a apadrinhar esta cimeira de Putin. Ainda bem que a Academia Nobel não lhe atribuiu o Prémio Nobel da Paz, como muita imprensa portuguesa queria”.

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