Descoberta a “receita molecular” para construir pele e curar cicatrizes

5 horas atrás 27

Uma equipa de investigação do Wellcome Sanger Institute e da Universidade de Newcastle construiu um atlas detalhado de uma única célula da pele humana pré-natal. Este trabalho inovador revela os processos subjacentes à sua formação e às potenciais causas de doenças da pele.

O nosso atlas e o modelo de organoide fornecem recursos valiosos para estudar doenças congénitas da pele e explorar as possibilidades da medicina regenerativa.

Explicou o Professor Muzlifah Haniffa, um dos principais investigadores. Estas descobertas podem revolucionar os tratamentos em medicina regenerativa, potencialmente ajudando aqueles que precisam de enxertos de pele ou restauração capilar.

O atlas poderá reformular a forma como os cientistas abordam o estudo das doenças congénitas da pele, abrindo potencialmente caminho para tratamentos de doenças como a formação de bolhas ou a descamação.

Além disso, a equipa desenvolveu uma versão funcional em miniatura da pele humana, cultivada em laboratório, um organoide capaz de produzir pelos. Através deste organoide, descobriram como as células imunitárias, em particular os macrófagos, contribuem para a formação de vasos sanguíneos. Isto também esclareceu a forma como a pele pré-natal cicatriza sem deixar cicatrizes.

A descoberta de que as células imunitárias desempenham um papel vital tanto na vascularização como na cicatrização sem cicatrizes é um avanço significativo, com potencial para transformar o tratamento de feridas e a recuperação após cirurgias.

Reação da pele a dengue

O papel das células estaminais no crescimento da pele

Centrando-se na pré-natal, que se forma no ambiente estéril do útero e tem capacidades regenerativas notáveis, os investigadores identificaram passos críticos no crescimento precoce da pele.

Um dos aspetos mais promissores do estudo é a sua potencial aplicação na medicina regenerativa. As descobertas apresentam uma "planta molecular" para a criação da pele, o que poderia ajudar a desenvolver novos enxertos de pele para vítimas de queimaduras ou pessoas com alopecia cicatricial.

Compreender como se formam os folículos capilares antes do nascimento pode ajudar os cientistas a reproduzir este processo, oferecendo esperança aos indivíduos afetados pela perda de cabelo devido a lesões ou condições médicas.

Além disso, a investigação envolveu o crescimento de organóides de pele utilizando células estaminais adultas, que imitam de perto a pré-natal. Estes organóides constituem um modelo ideal para o estudo de doenças congénitas e podem ser utilizados para compreender por que razão certas doenças da pele surgem antes do nascimento.

Os investigadores acreditam que o seu trabalho lança as bases para estudos futuros que poderão conduzir a grandes avanços médicos.

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