Devemos desfazer-nos das nossas roupas antes de um divórcio?

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Quantos de nós não guardaram já uma blusa, mesmo que não a usemos há anos, apenas porque nos faz lembrar de um momento passado? Não há mal nenhum em guardar uma coisa ou outra, o verdadeiro problema começa quando essas peças levam energias "negativas" de memórias passadas. Há quem acredite que as roupas carregam emoções, memórias e histórias, e o simples facto de as vermos pode levar-nos a deslizar para um buraco do passado. Tudo isto é psicológico: em parte, é por isso que nos agarramos a elas. Contêm a marca emocional de quem éramos quando as comprámos ou usámos. No entanto, a questão que se põe é: até que ponto devemos manter essas roupas depois de um episódio de vida menos positivo como um divórcio? Será que as recordações que evocam justificam o espaço que ocupam no nosso guarda-roupa e na nossa mente? O processo de decidir o que manter e o que deitar fora pode ser uma tarefa emocionalmente complexa, mas também pode ser libertador.

Depois de uma pesquisa rápida, foi fácil perceber que especialistas em organização e bem-estar sugerem que, para uma vida mais leve e saudável, devemos analisar as emoções que cada peça nos provoca. Se uma camisola nos traz alegria ao recordar um momento feliz, talvez valha a pena guardá-la. Mas se um vestido nos faz reviver um período doloroso, um episódio traumático, talvez esteja na hora de nos despedirmos dele. Desapegar-se de roupas associadas a memórias negativas pode ser visto como uma forma de purificação emocional. É um gesto simbólico que nos permite libertar de pesos do passado e abrir espaço para novas experiências e memórias. Este ato pode ser particularmente importante em momentos de transição, como é o caso do divórcio - este pode ser visto como um momento ideal de nos despedirmos das peças que outrora fizeram sentido, mas que para a nova etapa já só vão ser um lembrete da vida que tivemos.

Seguindo os passos de Marie Kondo, a famosa guru da arrumação, devemos manter apenas os itens que nos trazem alegria. Este princípio pode ser especialmente útil quando aplicado ao nosso guarda-roupa. Ao examinarmos cada peça, devemos perguntar-nos se ela realmente contribui para a nossa felicidade ou se está a manter-nos presos a uma versão passada de nós mesmos que já não nos serve.

Além do impacto emocional, há também um aspeto prático a considerar. Um guarda-roupa sobrecarregado pode tornar-se desorganizado e difícil de gerir, dificultando a escolha de roupa no dia-a-dia. Ao reduzir a quantidade de roupas, estamos também a simplificar a nossa rotina diária, o que pode resultar numa sensação de maior controlo e serenidade. A prática do desapego não significa que devemos ser radicais e eliminar todas as peças com valor sentimental. O equilíbrio é a chave. Podemos, por exemplo, reservar um pequeno espaço para guardar algumas roupas que realmente tenham um significado positivo, enquanto nos desfazemos daquelas que já não têm lugar feliz na nossa vida presente.

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Portanto, se estiver a ponderar desfazer-se de algumas roupas carregadas de memórias passadas, lembra-se de que este processo pode ser um importante passo, rumo a uma vida mais equilibrada e feliz. Avalie cada peça com honestidade e carinho, permitindo-se libertar do que já não lhe serve, e acolhe as novas possibilidades que um guarda-roupa mais leve pode trazer. Afinal, ao deixar ir o passado, abrimos espaço para o futuro.

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