Dia Mundial da Segurança Alimentar. A Ciência ajuda a acabar com os mitos alimentares

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07 jun, 2024 - 09:22 • Redação

"Já conseguimos provar em laboratório que um ovo contaminado com salmonela, à semelhança dos não contaminados, afunda num recipiente com água." Especialista defende que educar as crianças é a estratégia mais eficaz para desfazer mitos como a "regra dos cinco segundos", a necessidade de lavar o frango antes de cozinhar ou o "risco" do colocar sopa quente no frigorífico.

Há muitos mitos alimentares nas cozinhas dos portugueses e importam acabar com eles. A tese é defendida neste Dia Mundial da Segurança Alimentar pela investigadora do Centro de Biotecnologia e Química Fina (CBQF) da Universidade Católica Portuguesa Paula Teixeira, em entrevista à Renascença.

"Temos a regra dos cinco segundos quando cai comida ao chão, o lavar o frango antes de cozinhar, a ideia de que não se pode meter a sopa quente no frigorífico porque estraga, que não se pode utilizar tábua de madeira ou misturar melancia com água fria, o melão e o vinho bom...", enumera a docente da Católica.

A investigadora considera que o papel da Ciência alimentar passa por conduzir trabalhos que desmistifiquem os mitos "Já conseguimos provar em laboratório que um ovo contaminado com salmonela, à semelhança dos não contaminados, afunda num recipiente com água, não sendo verdade a teoria em que um ovo contaminado fica em superfície", exemplifica.

Paula Teixeira considera que a estratégia mais eficaz para comunicar com o consumidor alertando os riscos que estes mitos podem trazer é através das crianças. "As crianças ainda não tem más práticas adquiridas e se lhes passarmos um melhor conhecimento e melhores práticas estas vão ser interiorizadas, estamos a moldar um adulto ao mostrar como se faz da maneira correta, elas vão ensinar aos pais, as crianças são muito boas educadoras", defende.

Questionada sobre se existem mais casos de intoxicações alimentares em Portugal devido aos novos hábitos alimentares, a investigadora diz que os números são praticamente iguais excluindo a época das quarentenas. "Os valores têm-se mantido iguais, apenas houve uma baixa na época do covid, mas foi a nível da comunidade europeia. Esses números voltaram aos padrões normais."

A investigadora considera que o aumento do número de casos reportados não significa que o número de intoxicações aumentou porque "a taxa de notificação destes surtos é melhor hoje que no passado", podendo "haver um aumento aparente. mas que, na verdade, tem a ver com a nossa capacidade de deteção de surtos e de o sistema ser mais eficaz"

No caso de os números de intoxicações terem baixado em época de COVID-19, Paula Teixeira afirma que pode ter existido uma melhor alimentação ou que as pessoas tinham mais receio de se deslocar a unidades hospitalares.

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