Dia três do julgamento do processo Espírito Santo. Tempo de ouvir as primeiras testemunhas

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Está previsto que, durante a tarde, seja ouvido o filho de António Ricciardi, José Maria Ricciardi. O ex-presidente do BESI entrou em conflito com o primo Ricardo Salgado, em 2013, quando o criticou publicamente pela responsabilidade no colapso do grupo.Tendo José Maria Ricciardi prestado depoimento em outros processos com ligação ao Banco Espírito Santo ou a Ricardo Salgado.

Após dois dias de exposições introdutórias e do início da reprodução de um interrogatório de 2015 do ex-banqueiro Ricardo Salgado, a sessão começa com a reprodução da gravação do depoimento de António Ricciardi.

Sendo a primeira testemunha a ser ouvida em julgamento, o antigo presidente do Conselho Superior do Grupo Espírito Santo (GES) foi inquirido pelo Ministério Público (MP) no dia 02 de outubro de 2015.

Então, António Ricciardi explicou que pensou deixar em 2008 a presidência do conselho de administração do BES, com 89 anos, mas que, face aos pedidos da família, aceitou continuar na administração de diversas sociedades do grupo, nomeadamente a Espírito Santo Control (ESC), Espírito Santo International (ESI) e Espírito Santo Financial Group (ESFG). De acordo com a acusação, António Ricciardi limitava-se a assinar os documentos que lhe apresentavam.
 

Portanto, não acompanhou mais a atividade da ESI (holding do GES para a área financeira e não financeira cujas contas foram manipuladas), que estava em situação de insolvência desde 2009.

O despacho do Ministério Púbico destaca que António Ricciardi "referiu que acreditava que os assuntos eram decididos por Ricardo Salgado”. "As emissões não eram aprovadas em reuniões do Conselho de Administração da ESI, sendo que, também as atas eram remetidas por Ricardo Salgado e a testemunha, simplesmente, assinava".

O que aconteceu no segundo dia de julgamento
A sessão ficou marcada, na quarta-feira, por um requerimento apresentado pela defesa de Ricardo Salgado que pretendia impedir a audição dos depoimentos do antigo banqueiro, na fase de inquérito, há nove anos. Os advogados alegaram que o ex-banqueiro, estando ausente, não poderia fazer o contraditório, o que representa um risco de nulidade.

A defesa de Ricardo Salgado insistiu que o antigo banqueiro não está em condições de se defender, por causa da doença de Alzheimer.

No entanto, o entendimento da juíza foi outro e decidiu avançar com a audição do depoimento gravado.

c/ Lusa

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