"Difamação". Carlos Pinto nega ameaças à ex-mulher e avança com queixa

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Carlos Pinto saiu em liberdade após ter cumprido oito dos onze anos a que foi condenado por ter tentado matar a mulher, Eliza, num hotel em Espanha. O caso voltou a ser notícia esta semana, após a vítima ter denunciado que está novamente a ser alvo de ameaças por parte agora ex-marido. No entanto, o português nega todas as acusações e revelou que vai apresentar uma "queixa no Ministério Público por difamação e perseguição".

O caso foi denunciado por Eliza, de nacionalidade romena, ao Notícias ao Minuto, que adiantou que voltou a receber ameaças do ex-marido através das redes sociais, após este ter saído em liberdade condicional de uma prisão em Vigo. Além dela, também os seus amigos próximos terão, alegadamente, recebido 'pedidos de amizade' no Facebook vindos de Carlos Pinto.

Num comunicado enviado ao Notícias ao Minuto, o homem alega as informações são "falsas" e que "nunca" se aproximou de "amigos ou redes sociais da Eliza", que, segundo garante ainda, "não é a vítima".

Eliza contou também, anteriormente, que o ex-marido lhe enviou várias cartas. "Nas primeiras cartas que enviou, ofereceu dinheiro para que eu desistisse do caso. Acho que na altura, as cartas diziam 150 mil euros. Depois começaram as cartas de ameaças", disse a mulher.

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Carlos Pinto saiu em liberdade condicional depois de cumprir 8 dos 11 anos a que foi condenado por tentativa de homicídio da agora ex-mulher. Apesar de estar proibido de a contactar, o empresário de Vila Nova de Gaia, tentou adicioná-la ao Instagram e enviou vários 'pedidos de amizade' no Facebook e mensagens a amigos da vítima.

Natacha Nunes Costa | 13:38 - 13/08/2024

Mas Carlos Pinto alegou agora que "é mentira que tenha mandado alguma carta com ou sem ameaças à Eliza desde a prisão", acrescentando que enviou cartas aos amigos da mulher antes do julgamento, mas para "pedir ajuda para o caso". 

"Foi considerado que quebrei a ordem de afastamento por tentar contactar com amigos com quem a Eliza se encontrava. As prisões espanholas são muito rígidas nestas questões e nem sequer deixariam passar qualquer carta destinada a ela. E existe um registo detalhado de qualquer carta que enviamos. Nem uma carta enviei a qualquer pretenso seu/meu amigo depois de ser condenado", garantiu.

O homem explicou ainda que saiu em liberdade condicional após os psicólogos terem considerado que era uma "pessoa estável emocionalmente, com baixo risco de criminalidade" e devido ao seu "estado de saúde", dado que se encontra "extremamente doente" por sofrer de miocardiopatia hipertrófica severa e precisar "com urgência de uma intervenção cirúrgica".

Assim, reiterando que "nunca pretendeu nem pretende" contactar Eliza, avançou que vai "apresentar o quanto antes queixa no Ministério Público por difamação e perseguição e pelas dores parecidas", contra a comunicação social e contra a ex-mulher.

O que aconteceu?

O caso remonta a abril de 2016, altura em que Carlos tentou matar Eliza, alegadamente, por motivos financeiros (e de ciúmes), num hotel de Vigo, em Espanha, onde ambos estavam a pernoitar.

O milionário, que em fevereiro de 2016 já tinha sido condenado a quatro anos de pena efetiva por fraude fiscal, pelo Tribunal de Viseu, estaria em dificuldades financeiras e queria o seguro de vida da mulher, com quem tinha uma relação há seis anos e era casado há seis meses.

Na altura, o antigo engenheiro ainda tentou alegar legítima defesa, mas o tribunal concluiu que este atacou Eliza de surpresa, quando saia do banho, com uma maçaneta de calceteiro na parte lateral da cabeça, causando-lhe perda de visão temporária. Posteriormente, ainda a tentou asfixiar com as duas mãos e bateu várias vezes com a sua cabeça no chão.

A romena só conseguiu escapar porque, alegadamente, Carlos Pinto sofreu um enfarte na altura que a agredia.

Carlos Pinto terá sido, entretanto, transferido de uma prisão de Pontevedra para Salamanca, onde acabaram por lhe conceder o direto à liberdade condicional, a 7 de julho deste ano, depois de cumprir apenas oito dos 11 anos e quatro meses de cadeia a que tinha sido condenado.

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