Do Mundial ao Euro: Francisco Neto veio ao Primeiro as Senhoras

6 meses atrás 49

Desde julho passado que queríamos que isto acontecesse, caro leitor. A pergunta entre os membros do Primeiro as Senhoras pairava sempre: «Mas quando conseguiremos falar com o Francisco Neto?» Aconteceu.

timing impunha-se. Portugal enfrenta, já no início do próximo mês de abril, nova caminhada na Liga das Nações em busca da garantia de um lugar no próximo Campeonato Europeu de 2025.

Pela frente, a seleção nacional terá a Bósnia e Herzegovina, Malta, e, ainda, a Irlanda do Norte: são seis jogos até julho e Portugal assume um papel de claro favorito no Grupo 3 da Liga B da Liga das Nações.

O caminho é longo e, para já, algo complexo, no entanto há muita história e muito crescimento no futebol feminino em Portugal para, aos dias de hoje, as Navegadoras assumirem este papel de must-have nas grandes provas de seleções.

«Há dez anos, éramos dois a trabalhar a tempo inteiro na Federação»

Nos estúdios do zerozero, a conversa começou ainda na Oceânia e sobre «o poste»

A primeira presença portuguesa no Campeonato do Mundo deixou um amargo de boca, depois do sucedido na fase de grupos. Portugal iniciou a jornada sendo derrotado pela margem mínima diante dos Países Baixos, mas, logo de seguida, fez história com golos de Telma Encarnação e Kika Nazareth ao alcançar a primeira vitória de sempre na prova.

Francisco Neto esteve no Primeiro as Senhoras, numa conversa descontraída @zerozero - Gonçalo Pinto

Do Mundial, seguiu-se a Liga das Nações. A queda da Liga A para a Liga B serve, segundo o selecionador em conversa com o Primeiro as Senhoras, de «aprendizagem». Uma vitória em seis jogos no Grupo 2 ditou a despromoção, mas Francisco Neto garante que há espaço e tempo para olhar em frente e subir patamares.

Tudo isto advém de uma larga caminhada feita na Federação Portuguesa de Futebol ao longo dos últimos tempos. «Há dez anos, éramos apenas dois a trabalhar a tempo inteiro. Eu e a Marisa Gomes [atual selecionadora nacional de sub-19]. Agora, somos 15», confidenciou Francisco Neto. 

Agora, o caminho percorrido demonstra vários obstáculos ultrapassados e muita evolução. No decorrer de todas estas épocas, há um elemento fulcral para alimentar a seleção A, para além da própria Liga BPI: a importância das camadas jovens internacionais.

«Há dez anos, tínhamos três seleções. O crescimento tem sido brutal para toda a gente e dez anos nem é assim tanto tempo. Tínhamos sub-17, sub-19 e A's. Quando falamos disto, estamos a falar de seleções que trabalhavam uma ou duas vezes por ano. Agora, temos uma regularidade brutal. As nossas sub-15 estão na Albânia a jogar um torneio de desenvolvimento. Aquilo que podemos aportar de experiência internacional a uma jogadora é espetacular. O nosso futuro vai ser brilhante.», afirmou o selecionador.

Renovação na Seleção: «É difícil afirmares-te logo...»

Uma das grandes questões que se coloca sobre a seleção nacional recai sobre uma eventual renovação de jogadoras. A resposta de Francisco Neto foi clara e concisa: «É algo que se está a fazer.»

@zerozero - Gonçalo Pinto

«Se nós conseguirmos, todos os anos, meter uma ou duas jogadoras, daqui a dez anos, temos a renovação completa. Para nós, é o que faz sentido. É difícil entrar na Seleção e afirmares-te logo como titular indiscutível. A ideia de jogo é diferente, há pouco tempo de trabalho, é importante que as jogadoras perceberem o que se quer e qual é a dinâmica interna do grupo. Também é minha obrigação dar oportunidade às jogadoras, trazê-las várias vezes. Irem absorvendo a ideia.»

Todo este processo é interpretado como normal e o próprio selecionador deu vários exemplos, como os casos de Ana Dias, Maria Alagoa ou Nelly Rodrigues.

As questões alavancaram no decorrer da entrevista, numa conversa descontraída, mas séria. A importância das camadas mais jovens, toda a caminhada dos últimos dez anos, o Mundial e o Campeonato Europeu e, até mesmo, a questão da reestruturação da Liga BPI e o crescimentos de vagas europeias nas competições. No final, há sempre o elogio à jogadora portuguesa, a grande ambição para o que aí vem e a frase-chave a que Francisco Neto já habituou: «Queremos chegar a novembro a depender só de nós». (E, ainda, a pergunta mais difícil de todas).

«Professor, podemos reservar bilhete para a Suíça?»


A jornalista Andreia Araújo conduz o podcast que conta também com as presenças dos jornalistas Daniel Sousa e Duarte Monteiro.

Pode interagir connosco via X (Twitter):

Primeiro as Senhoras Andreia Araújo Daniel Sousa Duarte Monteiro

Links: Spotify | Google Podcasts | Apple Podcasts

Recorde aqui todos os episódios do Podcast

Portugal

Francisco Neto

NomeFrancisco Miguel Conceição Roque Neto

Nascimento/Idade1981-07-11(42 anos)

Nacionalidade

Portugal

Portugal

FunçãoTreinador

Ler artigo completo