E António Costa o que tem (ou não) a dizer sobre a crise na Madeira?

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País

António Costa também não quis falar sobre as declarações do Presidente da República, nem sobre o andamento da investigação de corrupção na Madeira. Miguel Albuquerque renunciou, substituto é conhecido na segunda-feira.

O terremoto político na Madeira não é alheio ao continente. Ainda assim, o primeiro-ministro prefere o silêncio. António Costa, em declarações aos jornalistas, em Aveiro, esta sexta-feira, não quis comentar o caso que culminou na saída de Miguel Albuquerque.

“Em primeiro lugar, como primeiro-ministro, não vou comentar o que se passa na Região Autónoma da Madeira. Respeitamos a autonomia regional”.

António Costa também não quis falar sobre as declarações do Presidente da República, nem sobre o andamento da investigação de corrupção na Madeira.

“Hoje só tenho a felicitar o município de Aveiro por se estrear como a primeira capital portuguesa da cultura”, disse o primeiro-ministro em gestão.

Quem vai substituir Albuquerque?

Miguel Albuquerque renunciou esta sexta-feira à Presidência Regional do Governo da Madeira, na sequência da investigação em que foi constituído arguido por suspeitas de corrupção.

Albuquerque revelou ainda que o Conselho Regional do PSD Madeira vai reunir-se na próxima segunda-feira para aprovar o nome do seu substituto.

Ao que a SIC apurou, o substituto deverá ser Tranquada Gomes, nome que terá sido proposto pelo Presidente Marcelo Rebelo de Sousa.

Tranquada Gomes foi presidente da Assembleia Legislativa da Região Autónoma da Madeira entre 2015 e 2019. Advogado de profissão, foi também deputado regional e não exerceu qualquer cargo executivo, uma das condições impostas para que Marcelo aceite um novo Governo regional, segundo avançou o Expresso.

O que está sob suspeita?

Segundo documentos judiciais, Miguel Albuquerque é suspeito de corrupção, prevaricação, abuso de poder e atentado contra o Estado de Direito, entre outros crimes.

O Ministério Público suspeita que houve, durante anos, contratos de obras públicas da Madeira atribuídos a determinadas empresas da região, com o objetivo de as beneficiar.

Os contratos públicos que estão a ser investigados superam os 200 milhões de euros. Três pessoas foram detidas, entre as quais Pedro Calado, presidente da Câmara do Funchal e antigo número dois de Miguel Albuquerque.

Os investigadores começaram a olhar para os contratos depois de receberem duas denúncias anónimas, que referiam interferências nas escolhas das empresas por parte de Miguel Albuquerque e de Pedro Calado.

Pedro Calado terá atuado, dizem os procuradores, “por acordo ou juntamente com o presidente do Governo Regional, Miguel Albuquerque”.

O Ministério Público também terá detetado uma relação entre o presidente do Governo Regional e o atual presidente da câmara que "extravasa o campo pessoal". Diz que Miguel Albuquerque interfere em decisões da Câmara Municipal e Pedro Calado em dossiers que seriam da competência do Governo Regional.

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