António Salvador, presidente do SC Braga, abordou, em comunicado - com o intuito de transmitir uma mensagem de feliz natal aos sócios braguistas -, o estado atual do futebol português e deixou uma nota negativa sobre o ranking da UEFA. «É estranha a negligência com que o futebol nacional tem reagido à anunciada e concretizada queda no ranking UEFA, agudizada na época em curso sem merecer ainda um amplo e sério debate que nos recoloque no patamar a que já pertencemos e que acredito que podemos voltar a atingir, assim os nossos líderes revelem vontade e, acima de tudo, coragem», pode ler-se no comunicado. Para além disso, o presidente do emblema minhoto destacou a subida da média de assistências no Municipal de Braga, assim como a importância da Cidade Desportiva que conta, desde setembro, «com uma nova centralidade» Veja aqui o comunicado completo: A campanha de marca que o SC Braga tem concretizado ao longo desta quadra reflete dois conceitos: o Clube enquanto Família e o Clube enquanto Casa. Considero que esta mensagem é particularmente certeira no ano que agora finda, pelo que é importante que se sublinhe as grandes conquistas coletivas que temos alcançado e que devem motivar o nosso entusiasmo para encarar os desafios que estão para vir. Este foi um bom ano para a Família do SC Braga. Desde logo, pelo enorme e contínuo crescimento que se vem verificando no número de sócios. Somos um clube com passado e com memória e noto-o nas homenagens anuais que sempre prestamos aos nossos associados com 25, 50 e 75 anos de filiação. Mas também somos um clube com futuro, bem expresso na quantidade de jovens que elegem o SC Braga como a sua família desportiva. Rapazes e raparigas que nos transmitem, muito claramente, que também na dimensão social nos preparamos para assumir a grandeza que já nos é reconhecida em tantas outras dimensões. Este foi, igualmente, um ano memorável para o SC Braga enquanto Casa. Atingimos a melhor média de assistências do século e vamos embalados para superar esse registo, mais uma vez, já em 2024. Nunca tivemos tantos sócios detentores de Lugar Anual e não me recordo de tão grande entusiasmo e de tão grande adesão aos nossos jogos e a todos os eventos do Clube. Mas Casa é também a Cidade Desportiva, que conta desde setembro com uma nova e importante centralidade. Não é apenas a casa do futebol e das modalidades, é também a casa das famílias e a casa dos adeptos, que rapidamente transformaram a Arena num dos mais fervorosos pavilhões do desporto nacional. Admito particular emoção e orgulho no fantástico património que hoje o SC Braga disponibiliza aos seus associados. É uma obra que a todos nos engrandece e que só existe, não me canso de o recordar, porque os sócios assim o quiseram e assim o decidiram. A Cidade Desportiva transmite-nos a todos a convicção de que estamos no caminho certo e cada vez mais capacitados para concretizar todas as ambições desportivas e sociais que temos para o nosso SC Braga. Não ignoramos, porém, que o contexto externo nos coloca desafios e ameaças. É inegável o peso que o futebol sénior masculino tem no funcionamento de toda a marca SC Braga, mas o ecossistema no qual nos movemos reflete tendências que motivam a nossa preocupação e reforçam o nosso estado de alerta. É estranha a negligência com que o futebol nacional tem reagido à anunciada e concretizada queda no ranking UEFA, agudizada na época em curso sem merecer ainda um amplo e sério debate que nos recoloque no patamar a que já pertencemos e que acredito que podemos voltar a atingir, assim os nossos líderes revelem vontade e, acima de tudo, coragem. Estamos conscientes de que o ano que se aproxima será politicamente convulso, em todas as esferas. No que ao futebol e ao desporto concerne, devo alertar que o futuro não se compadecerá com estratégias ou tacticismos e que “amanhã” será tarde demais. Urge a capacidade de decidir e de agir, sob pena de caminharmos coletivamente para a irrelevância e de perdermos todas as oportunidades que conseguimos conquistar ao longo dos anos. Por outro lado, e estando o futebol e o dirigismo português tão (bem) representado nas mais altas esferas internacionais, seria muito negativo que a reforma das competições e o surgimento de novas provas coincidissem com um aumento do fosso entre o topo e a base da pirâmide. Da nossa parte, e cumprindo o que nos é transmitido pelos sócios, continuaremos a ser agentes em prol de um futebol e de um desporto melhores, com independência de pensamento e de ação e sempre procurando conciliar o interesse do SC Braga com o interesse comum. Desejo para todas as Gverreiras e para todos os Gverreiros que o novo ano nos permita concretizar todas as ambições que temos para o nosso Clube, mas nesta hora em particular espero que tenham, na vossa Casa e na vossa Família, a celebração que esta quadra merece. Feliz Natal! António Salvador