Ebrahim Raïssi. O ultraconservador

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A sua liderança intensificou a repressão contra ativistas, mulheres e críticos do regime. Raïssi apoiava o Hamas.

O Governo iraniano confirmou na segunda-feira a morte do Presidente Ebrahim Raïssi, na queda de um helicóptero no noroeste do país. «O Presidente do povo iraniano, trabalhador e incansável, (…) sacrificou a sua vida pela nação», afirmou o executivo de Teerão, num comunicado. «Garantimos à nossa nação leal, grata e amada que, com a ajuda de Deus e o apoio do povo, não haverá a menor perturbação na administração do país», acrescentou o Governo do Irão. Recorde-se que o helicóptero que transportava Raïssi e Amir-Abdollahian – o ministro dos Negócios Estrangeiros que também morreu no acidente -, despenhou-se na zona de Kalibar e Warzghan, na província do Azerbaijão Oriental, no noroeste do país. A tragédia ocorreu no domingo, no momento em que a comitiva regressava da fronteira com o Azerbaijão, onde o governante inaugurou uma barragem com o seu homólogo azeri, Ilham Aliyev.

Raïssi nasceu em novembro de 1960 na cidade santa xiita de Machhad, no nordeste do Irão. O seu pai, que era clérigo, morreu quando ele tinha apenas cinco anos. Segundo a BBC, o homem que usava um turbante preto e que era pouco carismático – seguiu os passos do pai tendo começado a frequentar um seminário aos 15 anos. Em 1980, quando tinha 20, foi nomeado procurador-geral de Karaj, na província de Alborz – na sequência da vitória da Revolução Islâmica de 1979 -, e rapidamente subiu na hierarquia assumindo vários cargos judiciais e executivos de topo: procurador-geral de Teerão, entre 1989 e 1994; diretor-adjunto da Autoridade Judicial, entre 2004 e 2014 (ano em que foi nomeado Procurador-Geral do país); esteve à frente da fundação de beneficência Astan-é Qods Razavi em 2016 e, três anos mais tarde, tornou-se diretor da Autoridade Judicial. Foi eleito a 18 de junho de 2021, na primeira volta de umas eleições presidenciais que ficaram marcadas por um recorde na abstenção e pela ausência de adversários de peso. Durante o seu governo, foi considerado um ultraconservador e partidário assumido da «lei e ordem». Assumia-se como um adversário de Israel, inimigo da República Islâmica e apoiante do movimento islamita palestiniano Hamas. A sua liderança intensificou a repressão contra ativistas, mulheres e críticos do regime.

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