Economia israelita caiu 19,4% no último trimestre com guerra a pesar nas contas

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A campanha militar em Gaza tem levado ao colapso do consumo interno, exportações e investimento, com sectores como o turismo em quase paralisia. Ainda assim, o PIB avançou 2% no total do ano, apesar de ter recuado em termos per capita.

A economia israelita caiu 19,4% no último trimestre do ano passado, refletindo o peso da campanha militar em Gaza, um resultado bastante mais negativo do que haviam projetado os analistas. Para o total do ano, o PIB até avançou 2%, mas caiu em termos per capita.

O último trimestre de 2023 ficou marcado pelo início da campanha militar israelita em Gaza após o ataque de 7 de outubro do Hamas, o que levou também ao colapso de partes da economia, com destaque para o turismo. O consumo interno, principal motor da economia israelita, caiu 26,9% em cadeia no quarto trimestre, enquanto as exportações recuaram 18,3%.

O investimento também caiu de forma assinalável, contraindo 67,8% em comparação com o terceiro trimestre. Em sentido inverso, os gastos públicos dispararam 88,1%, um número diretamente relacionado com a guerra em curso em Gaza e no norte de Israel, onde as trocas de fogo com o Hezbollah têm sido recorrentes.

Olhando para o total de 2023, a economia israelita avançou, ainda assim, 2%, o que até superou a projeção de 1,7% da OCDE. No início do ano, o governo de Benjamin Netanyahu havia previsto um avanço de 3,5%.

No entanto, comparando com a população no país, o PIB per capita recuou 0,1%.

O gabinete de estatísticas de Telavive justificou os dados negativos com a operação militar em curso, explicando que a guerra “alterou a composição do PIB”. Em particular, o governo mobilizou milhares de reservistas, afetando o consumo, estando ainda a despender quantias significativas com o alojamento das populações evacuadas a norte e a sul do país.

A juntar, há uma falta considerável de mão-de-obra em vários sectores, sobretudo na construção, refletindo o término das autorizações de trabalho de milhares de palestinianos desde 7 de outubro.

Recorde-se que a Moody’s desceu recentemente o rating da dívida israelita para ‘A2’ com perspetivas ‘negativas’, citando o impacto da guerra nas finanças públicas como o principal motivo por detrás da decisão. O ministro das Finanças do país, Bezalel Smotrich, desvalorizou a decisão, classificando-a como politicamente motivada.

No final de dezembro, Smotrich havia projetado que a campanha em Gaza fosse custar cerca de 13 mil milhões de euros este ano. As ações israelitas em Gaza mataram já mais de 29 mil palestinianos e feriram mais de 69 mil depois do ataque de 7 de outubro em que 1169 israelitas perderam a vida.

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