Economia portuguesa continua 2,4% abaixo do que teria crescido sem pandemia

3 meses atrás 116

São 6,7 mil milhões de euros a menos no PIB nacional, estima o Fórum para a Competitividade, um cenário atenuado pela falta de recuperação no resto da zona euro, mas que mostra quão baixo é o referencial para a convergência.

A economia nacional continua abaixo do que teria sido a sua evolução caso não tivesse havido pandemia, estima o Fórum para a Competitividade. Apesar de já ter recuperado o nível de PIB registado no último trimestre de 2019, a economia nacional não atingiu ainda os valores que se teriam verificado na ausência da Covid-19, continuando 2,4% abaixo desse nível.

O Fórum reconhece que o país recuperou já no primeiro trimestre de 2022 o PIB verificado no final de 2019, antes da chegada do coronavírus a Portugal, mas argumenta que ainda não conseguiu “recuperar a posição na trajetória crescente que a economia vinha percorrendo”. Esta é estimada tendo em conta a tendência implícita calculada pelo Conselho de Finanças Públicas (CFP), que coloca este efeito em 2%.

“No primeiro trimestre de 2024, o PIB ainda está 2,4% (6,7 mil milhões de euros) abaixo do que seria se não tivesse havido pandemia, pelo que ainda não recuperámos completamente desta perturbação”, escreve Pedro Braz Teixeira, diretor do gabinete de estudos do Fórum.

O cenário é atenuado pelo facto de a zona euro também ainda não ter conseguido recuperar esta trajetória, “mas o que isto significa é que o referencial que estamos a considerar para falar de convergência é muito pobre, pelo que crescer umas décimas acima da média comunitária é muito insatisfatório”, defende a nota de conjuntura de maio.

Este é um alerta frequente do think-tank nacional, que vem criticando a convergência decimal que levaria a economia nacional a demorar largas décadas a convergir com a europeia.

“Precisamos de reformas estruturais nas mais variadas áreas e seria muito negativo que o ímpeto reformista do novo governo fosse interrompido antes de poder mostrar resultados”, considera o Fórum. Como tal, a recomendação é de mais investimento e “de recuperar a queda de 10% no capital por trabalhador desde 2015”, causada pela “sangria de emigrantes qualificados” e entrada de imigrantes com “qualificações muito baixas”.

Ler artigo completo