Economistas defendem que taxas de juro devem continuar a descer gradualmente

2 meses atrás 65

As taxas de juro devem continuar a descer gradualmente. É o que defende um dos estudos apresentado esta manhã no Fórum do Banco Central Europeu, que decorre em Sintra.

Segundo um dos autores, o economista Giorgio Primiceri, da Northwestern University, o BCE respondeu bem à subida da inflação. Agora, até 2026, deverá aliviar progressivamente os juros.

“Com a previsão de inflação controlada e um crescimento moderado do PIB, o nosso modelo também diz que as taxas de juro devem continuar a descer gradualmente”, diz Giorgio Primiceri, esperando-se “um alívio continuado, depois do que o BCE já começou a fazer na última reunião”.

O estudo “Os impulsionadores da inflação pós-pandemia” também concluiu que a subida dos preços após a pandemia se deveu sobretudo a choques do lado da procura e não da oferta, ao contrário do que tem sido defendido.

Se o BCE tivesse começado a subir os juros um ano mais cedo, calcula-se que a inflação só chegaria aos 6%, em vez de 9%, mas as economias do euro teriam crescido menos.

Os autores do estudo, defendem, por isso, que o BCE não podia ter ido mais longe para travar a inflação, sem prejudicar o crescimento. Conseguiu uma “aterragem suave”.

“As experiências dos Estados Unidos e da zona euro são similares. Qual foi a causa? Foi sobretudo um choque na procura. Se o BCE tivesse tentado manter a inflação mais baixa, perto dos 2%, teria criado uma perda de produção muito substancial. As perspetivas hoje são bastante otimistas”, aponta o economista.

Centeno espera mais cortes este ano

Tal como os economistas, também Mário Centeno espera “mais alguns cortes nos juros este ano”.

Em entrevista à Bloomberg, à margem do Fórum anual do Banco Central Europeu, que decorre em Sintra, o governador do Banco de Portugal diz que que a informação disponível permite admitir novas descidas dos juros até ao final do ano.

“Espero mais alguns cortes de juros este ano. Temos de seguir uma estratégia de reunião a reunião e esperar que os dados continuem a ser favoráveis”, defende.

Antes, o governador já tinha falado com a CNBC, onde defendeu que é possível equacionar uma redução dos juros em todas as próximas reuniões do BCE.

No entanto, esta não é uma posição consensual. O governador da Bélgica, Pierre Wunsch, faz depender um novo corte dos juros de novos dados que reforcem que a inflação se está a aproximar dos 2%.

Mais pessimista está o economista-chefe Philip Lane que admite que pode não existir informação suficiente para acomodar um novo corte já em julho.

A próxima reunião para decidir se há alterações nas taxas de referência está marcada para dia 18 de julho.

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