Écrans na escola?

3 meses atrás 313

“ Os dados do PISA in Focus (OCDE) sobre a “Gestão de Tempo em écrans” permitem chegar a efeitos e medidas aplicáveis a alunos (15 anos), famílias e escolas. O tema não pode ser debatido com “achismos” ou a reboque da conjuntura, como o parque informático das escolas ou exames. A digitalização na Educação em geral, e o tempo passado em écrans em particular, merecem ação fundamentada. E equilíbrio.

Algumas conclusões sobre tempo em dispositivos digitais:

– os alunos que usam de 1 a 5 horas por dia para aprender na escola, têm PISAs mais altos em matemática, do que aqueles que não passam tempo nesses dispositivos;

– em contraste, os alunos que usam em mais de 1 hora para lazer na escola, têm menos 9 pontos em matemática e menor sentimento de pertença à escola.

Os dados mostram que se a maioria das atividades de lazer envolver dispositivos digitais, há uma associação entre um desempenho estudantil mais baixo e um aumento da distração. Apenas um dos exemplos: alunos que passam mais de 1 hora por dia útil a navegar em redes sociais, comunicando e partilhando conteúdo, ou a usar a internet para diversão, têm entre 5 e 20 pontos a menos em matemática, face aos que passam uma hora ou menos.

Abordar este tema não é ser “anti-tecnologia”, como parecem induzir, de forma redutora, muitas “conversas de café”. Para além da formação dos professores e conhecimento das famílias, há práticas positivas para uma menor distração “pelos écrans”. Por exemplo, quando:

– desligam as notificações de redes sociais e aplicativos durante a aula, – não têm os dispositivos digitais abertos em sala de aula para tomar notas ou procurar informações, e

– não se sentem pressionados a estar online e responder a mensagens, enquanto estão em sala de aula.

São regras claras, orientadas à implementação. Note-se que no estudo se revela também que, mais do que as proibições e regras escritas, é como se implementam que determina a eficácia. Os dados importam e já há experiência suficiente para fundamentar a ação. A discussão e prática deve ser muito mais profunda e adequada do que os binómios “tecnologia-não tecnologia”, “proibição-não proibição”. Também é preciso literacia para a Educação.

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