Edifício residencial destruído. Quatro mortos e 15 desaparecidos no incêndio de Valência

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Biel Alino - EPA

Pelo menos quatro pessoas morreram quinta-feira no incêndio que atingiu um edifício residencial no bairro de Campanar, em Valência, confirmaram fontes das equipas de emergência. As autoridades ainda estão a tentar localizar outras 15 pessoas desaparecidas.

Os bombeiros ainda preparam o acesso ao interior dos blocos de apartamentos. E a presidente da câmara de Valência, María José Catalá, já afirmou que o número de desaparecidos pode ser revisto e que a autarquia decretou três dias de luto.

No hay palabras que describan el enorme dolor que siente la ciudad de Valencia en estos momentos.

Desde el @AjuntamentVLC decretaremos 3 días de luto oficial. Todo nuestro apoyo y más sentido pésame a familiares y allegados de las víctimas.

— María José Catalá (@mjosecatala) February 22, 2024
Pilar Bernabe, representante do governo da região de Valência, disse que era difícil dizer quantas pessoas estavam desaparecidas porque se tratava de "um edifício com muitos apartamentos, apartamentos em que havia pessoas de nacionalidade estrangeira, cuja localização é mais difícil”.

As vítimas mortais ainda não foram identificadas e foram instalados dois pontos de assistência: um para atender os familiares das pessoas desaparecidas e outro para ajudar as pessoas que perderam as casas no incêndio.

Já o vice-chefe dos serviços de emergência da região de Valência, Jorge Suarez, disse aos jornalistas que as características do edifício não permitiram extinguir as chamas no interior, tendo os bombeiros tentado primeiro arrefecer a fachada. E acrescentou que, para já, não parecia haver o risco de colapso da estrutura, no entanto, os bombeiros estão a trabalhar no exterior por critérios de segurança.

Esta sexta-feira, o primeiro-ministro espanhol deve deslocar-se a Valência para se se informar de "pormenores do incêndio". Ontem, Pedro Sánchez, escreveu na rede social X estar "consternado com o terrível incêndio" em Valência e disse estar em contacto com o governo regional para avaliar a necessidade de mais meios.

Consternado ante el terrible incendio en un edificio de Valencia.

Acabo de hablar con el presidente @carlos_mazon_ y la alcaldesa @mjosecatala para conocer de primera mano la situación y ofrecer toda la ayuda que sea necesaria.

Quiero trasladar mi solidaridad a todas las…

— Pedro Sánchez (@sanchezcastejon) February 22, 2024
As 36 pessoas afetadas pelas chamas que solicitaram alojamento foram transferidas para hotéis da cidade
, ao mesmo tempo que se registaram muitas manifestações de solidariedade por parte dos vizinhos da zona.

O incêndio, de grandes proporções, consumiu dois blocos de apartamentos, de 14 e dez andares, onde existem 138 apartamentos e cerca de 450 residentes, embora o número possa variar devido à população flutuante, avança o El País que cita a administradora do edifício e residente no 12.º andar.

Os serviços de emergência prestaram assistência a 15 pessoas, incluindo sete bombeiros. Nove delas foram transportadas para as unidades hospitalares da região, dos quais seis permanecem internados e os restantes já tiveram alta. O incêndio, que começou no quarto andar, gerou uma grande coluna de chamas e um fumo denso. Em apenas meia hora, as chamas afetaram todo o edifício, que foi concluído em 2008 no cruzamento das avenidas Maestro Rodrigo e Poeta Rafael Alberti.

As chamas propagaram-se rapidamente através dos painéis de alumínio da fachada, revestidos a poliuretano, um material altamente inflamável, como confirmou Esther Puchades, vice-presidente do Colégio de Engenheiros Técnicos Industriais de Valência (Cogitival), que efetuou uma vistoria no mesmo edifício.

O forte vento de oeste também contribuiu para o incêndio com a formação de uma densa e enorme coluna de fumo negro que, segundo vários vizinhos, dificultava a respiração e ofuscava a vista. Era visível de uma grande parte da cidade.

Punchades acrescentou que a falta de paredes corta-fogo e o uso do material plástico poliuretano, “material que já não é usado atualmente”, na fachada teriam contribuído para a “rápida propagação do incêndio”.

A propagação de um incêndio fatal no bloco Grenfell Tower, em Londres, em 2017, após uma falha elétrica, foi atribuída à utilização de um revestimento externo altamente inflamável.

c/ agências

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