Egito acusa Israel de "distorcer a verdade" após ser responsabilizado pela crise humanitária em Gaza

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Em comunicado, Shukri rejeitou categoricamente "a política de distorcer a verdade" atribuída a Israel, acusado de "ser o único responsável pela catástrofe humanitária" em Gaza pela sua ofensiva no pequeno território palestiniano e por controlar desde há uma semana a passagem fronteiriça de Rafah, principal ponto de entrada de assistência vital para os palestinianos.

O chefe da diplomacia egípcia respondeu desta forma a um comunicado publicado pelo homólogo israelita, Israel Katz, na rede social X onde exortava diversos governos europeus a pressionarem o Egito "a reabrir o posto fronteiriço de Rafah para permitir a entrada contínua de ajuda humanitária internacional a Gaza". Frisou ainda esta decisão "está agora nas mãos dos nossos amigos egípcios".

Katz também assinalou que o seu Exército não renunciará ao controlo do lado situado no enclave palestiniano, onde decorre uma ofensiva militar israelita que já provocou no espaço de uma semana o deslocamento de 450.000 civis, cerca de 20% da população concentrada nesta cidade.

Desde o início do atual conflito israelo-palestiniano em 07 de outubro que o Egito defende a abertura permanente do posto fronteiriço de Rafah, e atribui a Israel os obstáculos para a entrada de ajuda humanitária.

Shukri considerou que "o controlo israelita sobre o lado palestiniano da passagem de Rafah e as operações militares israelitas nas proximidades da passagem expõem a vida dos trabalhadores humanitários e dos condutores a perigos iminentes".

Estas ações "são o principal motivo da impossibilidade de levar ajuda através da passagem", adiantou o ministro egípcio, numa referência aos ataques israelitas contra Rafah, e onde hoje entraram tanques do Exército.

Segundo estimativas da Agência da ONU para os refugiados palestinianos (UNRWA), cerca de 450.000 pessoas abandonaram Rafah desde a primeira ordem de retirada emitida há uma semana pelo Exército israelita, e que abrangeu de início os bairros mais a leste nos arredores da localidade, onde se encontravam cerca de 100.000 pessoas.

O atual conflito foi desencadeado por um ataque do Hamas em 07 de outubro de 2023, que causou cerca de 1.200 mortos, com Israel a responder com uma ofensiva que provocou mais de 35.000 mortos e perto de 80.000 feridos, segundo balanços das duas partes.

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