Egito propõe trégua em Gaza para troca de reféns por presos palestinianos

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"Nos últimos dias, o Egito esforçou-se por lançar uma iniciativa destinada a promover um cessar-fogo de 48 horas, no âmbito do qual quatro reféns seriam trocados por um grupo de prisioneiros nas prisões israelitas", afirmou o Presidente do Egito, durante uma conferência de imprensa no Cairo com o seu homólogo da Argélia, Abdelmadjid Tebboune.

Al-Sisi acrescentou que serão realizadas negociações durante 10 dias para discutir uma série de medidas a aplicar na Faixa de Gaza "para chegar a um cessar-fogo global".

O Egito atua como principal mediador entre Israel e o Hamas, juntamente com o Qatar e os Estados Unidos.

"No que se refere a Gaza, existe um consenso árabe sobre a importância de um cessar-fogo e da entrada de ajuda humanitária, além da libertação dos reféns e prisioneiros palestinianos", acrescentou o chefe de Estado, reiterando que as negociações de tréguas em curso estão também a abordar "os perigos" de uma escalada na violência no Médio Oriente.

Al-Sisi recordou ainda que os palestinianos do enclave devastado "estão sob um cerco pesado que vai até à fome": "É por isso que a chegada de ajuda humanitária é importante", insistiu, lembrando que o seu país rejeita "qualquer tentativa de deslocação forçada" dos habitantes de Gaza.

O anúncio de Al-Sisi foi feito no mesmo dia em que o responsável máximo da Mossad, serviços secretos israelitas, David Barnea, chegou ao Qatar para participar em novas conversações sobre a troca de reféns por prisioneiros palestinianos detidos em Israel e sobre as perspetivas de um cessar-fogo em Gaza.

O Hamas não está diretamente envolvido nas negociações, mas o grupo tem o seu gabinete político em Doha e comunica com o Qatar e o Egito, que medeiam com os Estados Unidos da América entre o grupo e Israel.

As novas conversações seguem-se à 11.ª visita ao Médio Oriente - desde 07 de outubro de 2023, data do início da guerra em Gaza - do secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken.

O responsável apelou a que se aproveitasse a morte do líder do Hamas, Yahya Sinwar, para reiniciar as negociações e pôr fim à guerra.

O ataque do Hamas de 07 de outubro de 2023 causou a morte de 1.206 pessoas, a maioria civis, segundo uma contagem da AFP baseada em números oficiais israelitas.

Desde então, a ofensiva israelita em Gaza matou pelo menos 42.924 palestinianos, na sua maioria civis, de acordo com os números do ministério da Saúde do território dirigido pelo Hamas, que as Nações Unidas consideram fiáveis.

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