Presidente da Geórgia não reconhece resultados nas eleições legislativas

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(em atualização)

Segundo a comissão eleitoral da Geórgia, o partido “Sonho Georgiano” alcançou um quarto mandato, ao conquistar 89 lugares no Parlamento, com 54 por cento dos votos. Quatro partidos da oposição pró-ocidental a ficaram com um total de 61 lugares.


Os quatro partidos da oposição, pró-Ocidente e pró-União Europeia, afirmaram não reconhecer os resultados e apelaram aos protestos nas ruas.

Também o ex-presidente da Geórgia, Mikheil Saakashvili, atualmente detido, apelou no domingo a “manifestações massivas” após a vitória do partido no poder, próximo do Kremlin.

O antigo presidente da Geórgia considera que as eleições foram “roubadas” e que este é o momento para “protestos em massa”.
“Alegadas irregularidades devem ser esclarecidas”, diz Charles Michel
O presidente do Conselho Europeu apela à comissão eleitoral na Geórgia e outras autoridades para que investiguem e julguem as alegadas irregularidades eleitorais de forma “rápida, transparente e independente”.

Charles Michel tem por base a avaliação preliminar da Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE). 

De acordo com a OSCE, da NATO e da UE, as eleições naquele país foram “marcadas por desigualdades (entre candidatos), pressões e tensões”. Os observadores europeus denunciaram “casos de enchimento de urnas” e “agressões físicas” durante o ato eleitoral.


“Continuamos a expressar profundas preocupações sobre o retrocesso democrático na Geórgia”, afirmou Antonio López-Istúriz White, chefe da delegação do Parlamento Europeu à missão da OSCE.

Através da rede social X, o presidente do Conselho Europeu considerou que as alegadas irregularidades “devem ser seriamente esclarecidas e abordadas”.

“Registámos a avaliação preliminar da OSCE/ODIHR e apelamos à Comissão Eleitoral e a outras autoridades relevantes para que cumpram o seu dever de investigar e julgar de forma rápida, transparente e independente as irregularidades eleitorais e as suas alegações” vincou Charles Michel.

O responsável lembrou os líderes do país para que demonstrem “o firme compromisso com o caminho da União Europeia” e assinalou que o Conselho Europeu de novembro “irá avaliar a situação e definir os próximos passos na relação [da UE] com a Geórgia”.

Ainda antes disso, Charles Michel pretende ver o tema discutido na cimeira europeia informal em Budapeste, no início de novembro, a propósito da presidência rotativa do Conselho da UE.

Órban esperado na Geórgia na segunda-feira
Foi precisamente da Hungria que chegou uma das poucas reações europeias ao resultado eleitoral na Geórgia. No sábado, o primeiro-ministro Viktor Órban felicitou o partido Sonho Georgiano pela “vitória esmagadora” e deverá mesmo deslocar-se ao país caucasiano nesta segunda-feira.

“Viktor Órban, o primeiro-ministro da Hungria, que detém a presidência da União Europeia, vai realizar uma visita oficial à Geórgia nos dias 28 e 29 de outubro”, adiantou o Governo georgiano em comunicado este domingo.

A Comissão Europeia tinha indicado que o resultado destas eleições poderia ter impacto no processo de entrada da Geórgia na União Europeia. O país obteve o estatuto de país candidato à adesão em dezembro de 2023.

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