Eleições EUA. Harris e Trump em nova troca de provocações

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As equipas de campanha de republicanos e de democratas divergem na maioria dos temas, mas ambas concordam que estas eleições vão ser decididas por uma margem muito curta e, provavelmente, nos chamados Estados-chave (Arizona, Michigan, Wisconsin, Geórgia, Carolina do Norte, Pensilvânia e Nevada). 

Por isso, a pouco mais de duas semanas de os norte-americanos irem às urnas, a democrata Kamala Harris e o republicano Donald Trump apostam todas as fichas nestes Estados, com uma agenda intensa de comícios e ações de angariação de votos, sobretudo junto das comunidades que são consideradas mais relutantes no voto.


A ainda vice-presidente e os principais democratas estão a aproveitar as declarações polémicas do opositor republicano para reforçar a sua campanha, argumentando que Trump não valoriza a Presidência dos Estados Unidos e que é “perturbado”. Já o candidato republicano continua a cancelar entrevistas e a aumentar as aparições públicas nos locais mais inesperados, o que tem reforçado a sugestão democrata de que é “instável” e que está em declínio cognitivo.

Na Pensilvânia, o ex-presidente aprendeu a fazer batatas fritas e serviu refeições num restaurante da McDonald's, num subúrbio de Filadélfia, enquanto deixava dúvidas sobre alguns detalhes biográficos de Harris, como o de a democrata ter trabalhado nesta rede de fast-food quando era mais nova.

"Gosto deste trabalho", disse o republicano, que adora Big Macs, aproveitando a ocasião para acusar Harris de "mentir" sobre ter trabalhado na rede de alimentação.

"Já trabalhei [no McDonald's] mais 15 minutos do que a Kamala"
, disse Trump, que ainda deixou um insulto à opositora, dizendo que era uma “porcaria [palavrão] de vice-presidente”.

Falando no Condado de Lancaster, tradicionalmente republicano, Trump concentrou o discurso na economia e na imigração — questões que a campanha republicana acredita que dão uma vantagem entre os eleitores indecisos.

"Se virem as sondagens, a coisa mais importante é a economia", disse Donald Trump. "Mas eu acho que isso [as fronteiras] é maior que a economia. É o tema número um sobre o qual as pessoas querem falar”.

Trump reforçou ainda comentários já repetidos, atacando os democratas como "o inimigo interno", desta vez apontando o dedo especificamente a Nancy Pelosi e Adam Schiff.
"Caos, medo e ódio"
Já a candidata do Partido Democrático escreveu nas redes sociais, que Trump está “exausto, instável e inapto para ser presidente dos Estados Unidos”.

Em resposta às provocações, o porta-voz de Harris, Ian Sams, disse à BBC que as alegações de Trump foram um sinal de “desespero”.

"Tudo o que ele sabe fazer é mentir", disse Sams. "Ele não consegue entender como é ter um emprego de verão porque lhe deram milhões numa bandeja de prata, apenas para desperdiçar tudo”.

O porta-voz de campanha acrescentou que o vice-presidente trabalhou na caixa, na máquina de gelados de um McDonald's na Central Avenue, em Alameda, Califórnia, no verão de 1983.

A celebrar o 60º aniversário com a participação especial de Stevie Wonder, no domingo, Harris deu uma entrevista à MSNBC, na qual foi questionada sobre os insultos de que foi alvo por parte Trump. Para a candidata a linguagem do republicano "rebaixa o cargo" da Presidência.

"Ele não ganhou o direito" de ser presidente novamente
, acrescentou.

Horas antes, de visita a igrejas frequentadas por comunidades afro-americanas, perto de Atlanta, Harris apelou às populações para votarem contra o “caos, o medo e o ódio”, que segundo ela são personificados por Trump.

“Em que tipo de país queremos viver – um país de caos, medo e ódio, ou um país de liberdade, compaixão e justiça?”
, questionou Harris. “A melhor coisa de viver em democracia é que nós, o povo, temos o poder de responder a essa pergunta. Então, vamos responder não apenas por palavras, mas com as nossas ações e com os nossos votos.”

Já no sábado, num comício na mesma cidade, Harris não poupo o candidato opositor e classificou-o como “cruel”.

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