Eleições Moçambique. Antigo Presidente Armando Guebuza apela à votação e regresso a casa

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O antigo Presidente moçambicano Armando Guebuza apelou esta manhã, em Maputo, ao voto nas eleições gerais de hoje, pedindo que os eleitores regressem a casa após a votação.

"[apelo] Para que todos votemos (...) que venham e que votem. Será bom, é importante para o indivíduo e é importante para o nosso povo", disse o antigo chefe de Estado (2005-2025) Armando Guebuza, em declarações aos jornalistas, após votar.

"Vou-me dirigir a casa e acho que será bom que todos evitemos estar perto do lugar onde nós votamos (...) aguardando tranquilamente pelos resultados", disse ainda.

Os partidos da oposição moçambicana têm feito apelos para que os eleitores permaneçam nas assembleias de voto, para tentar impedir uma eventual fraude eleitoral a favor da Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo), partido no poder, numa iniciativa conhecida pela frase "votou, ficou".

As mesas de votação nas eleições gerais moçambicanas começaram a abrir às 07:00 (06:00 em Lisboa) de hoje, com ligeiros atrasos em alguns pontos, e vão funcionar até às 18:00.

O comandante-geral da Polícia da República de Moçambique (PRM), Bernardino Rafael, avisou hoje os eleitores para abandonarem as assembleias após votarem nas eleições gerais, para evitarem "choques entre os intervenientes".

"Se cada um de vós tentar guarnecer ou vigiar o seu voto, não haverá espaço e nós dissemos que não há direito comparado, em nenhum país, onde alguém vota e fica ali mesmo a guarnecer", disse Rafael, em declarações aos jornalistas, após exercer o seu direito de voto, em Maputo.

A CNE recenseou 17.163.686 eleitores, incluindo 333.839 que vão votar em sete países africanos e dois europeus.

As eleições gerais de hoje incluem as sétimas presidenciais - às quais já não concorre o atual chefe de Estado, Filipe Nyusi, que atingiu o limite constitucional de dois mandatos - em simultâneo com as sétimas legislativas e quartas para assembleias e governadores provinciais.

Concorrem à Presidência da República Lutero Simango, apoiado pelo Movimento Democrático de Moçambique (MDM, terceira força parlamentar), Daniel Chapo, com o apoio da Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo, no poder desde 1975), Venâncio Mondlane, apoiado pelo partido extraparlamentar Podemos, e Ossufo Momade, com o apoio da Resistência Nacional Moçambicana (Renamo, maior partido da oposição).

A publicação dos resultados da eleição presidencial pela CNE, caso não haja segunda volta, demora até 15 dias, antes de seguirem para validação do Conselho Constitucional, que não tem prazos para proclamar os resultados oficiais após analisar eventuais recursos.

A votação inclui legislativas (250 deputados) e para assembleias provinciais e respetivos governadores de província, neste caso com 794 mandatos a distribuir. A CNE aprovou listas de 35 partidos políticos candidatas à Assembleia da República e 14 partidos políticos e grupos de cidadãos eleitores às assembleias provinciais.

As eleições contam com mais de 184.500 membros de mesas de voto, distribuídos pelos 154 distritos do país (180.075) e fora do país (4.436).

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