Eleitores turcos "escolheram mudar rosto" do país, diz líder da oposição

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"Eles quiseram abrir a porta a um novo clima político no nosso país", acrescentou Ozgur Ozel, cujo partido está em vias de vencer nas principais cidades turcas, entre as quais Istambul e Ancara, citado pela agência France Presse (AFP).

Em Ancara, a capital do país, o atual presidente da câmara, Mansur Yavas, já reivindicou a vitória nas eleições de hoje, perante uma multidão festiva, constatou a AFP no local.

"As eleições terminaram, continuaremos a servir Ancara e os seis milhões de habitantes, sem discriminação", prometeu o governante, eleito pelo Partido Republicano Popular (CHP, na sigla em turco).

Ainda com a contagem dos votos em curso, o CHP (social-democrata e nacionalista) tem clara vantagem sobre o Partido da Justiça e do Desenvolvimento (AKP, conservador islâmico), liderado pelo Presidente Recep Tayyip Erdogan, de acordo com os resultados oficiais, ainda parciais, das eleições municipais de hoje.

Com os resultados apurados em 60,34% das urnas, o CHP conseguiu 37,46% dos votos, e o AKP 36,54%, e impõem-se nas principais cidades do país, como Istambul, Ancara e Esmirna.

O mapa autárquico alterou-se nas últimas décadas na Turquia, com o AKP a dominar o centro e norte do país, enquanto o principal rival - CHP - prevalece na parte ocidental e mediterrânica.

Nas últimas eleições municipais, em 2019, o AKP venceu em 740 municípios face aos 240 do seu rival, mas as vitórias decisivas centram-se nas zonas com maior população e peso económico, assinala a agência noticiosa espanhola EFE.

A conquista das câmaras municipais de Istambul e Ancara pelo CHP em 2019 significou um duro revés para Erdogan, que centrou o seu discurso político na reconquista de Istambul.

Em declarações no passado dia 08 de março, Erdogan admitiu pela primeira vez o fim do seu poder ao assegurar que as municipais de 31 de março seriam as suas últimas eleições.

Com 16 milhões de habitantes, Istambul é o motor financeiro, social e cultural da Turquia, para além de possuir um valor simbólico: entre 1994 e 1994 Erdogan foi presidente da câmara municipal e foi nesta grande metrópole que iniciou a sua carreira política, num mandato algo turbulento.

Cerca de 61,4 milhões de eleitores foram chamados às urnas nas 81 províncias da Turquia, das quais 30 são classificadas como "macro-urbanas", o que significa que o presidente da câmara da capital da província governa os destinos de toda a província, o que lhe confere grande relevância política.

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