«Eles sabem que o salvaram»: o elogio do treinador do Luton aos médicos»

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Depois do momento de choque no último fim de semana, quando Tom Lockyer, capitão do Luton Town, caiu inanimado em campo vítima de uma paragem cardiorrespiratória na partida com o Bournemouth, o treinador do clube inglês, Rob Edwards, falou pela primeira vez sobre a situação.

Em declarações aos canais oficiais do Luton Town, Edwards começou por explicar que tem estado em contacto com a família: «Estou aliviado e tenho estado em contacto todos os dias, sobretudo com o pai dele, uma vez que não quero incomodá-lo muito. Têm sido todos incansáveis, mesmo que tenham passado por muito enquanto família nos últimos dias», disse.

Sobre o seu próprio estado de espírito depois ver Tom Lockyer cair inanimado pela segunda vez no espaço de alguns meses, Rob Edwards disse estar bem.

«Estou bem, obrigado. Foi um momento muito assustador, o mais assustador que já tive na minha vida no futebol. Foi diferente de Wembley, mas o foco aqui é o Tom e a sua família; nós fomos afetados, mas de uma maneira diferente e cada uma lida à sua maneira.»

«Toda a gente me tem perguntado como é que eu estou e tenho dificuldade em responder, mas estou bem», prosseguiu, antes de deixar elogios às equipas médicas.

«Estava emocionado no sábado, tive medo mas os elementos médicos foram incríveis numa situação tão assustadora e de pressão, com o mundo a olhar, na verdade. Tenho muito orgulho neles. Eles sabem que o salvaram. Os médicos, os paramédicos, são eles os verdadeiros heróis.»

Na conversa publicada esta sexta-feira, o treinador do Luton abordou ainda a forma como o mundo do futebol está a aprender a lidar com estas situações.

«Sim. Sempre disse isto: o futebol são as pessoas, os seres humanos vêm sempre em primeiro lugar. As pessoas, por vezes, olham para nós de forma diferente, mas somos apenas seres humanos. Quando uma coisa destas acontece, o futebol desaparece e fica apenas a pessoa. Mas sim, as pessoas são encorajadas a falar mais, não só no futebol mas em toda a sociedade. Creio que no passado os jogadores eram acusados de serem um pouco indiferentes e de seguirem simplesmente em frente; esses tempos, penso, já passaram.»

Por fim, Rob Edwards explicou que não se trata de aproveitar o momento para tirar algo de positivo de uma situação como esta.

«Não se trata de usar isto. Tenho tido muito cuidado nesse aspeto, para não parecer que vamos usar esta situação de alguma forma. O que interessa é aquilo que o Locks quer e o que é que o nosso grupo de pessoas quer. Somos uma família, olhamos uns pelos outros. Claro que queremos ganhar pelo Locks, mas pelos motivos certos e não por motivos egoístas», terminou.