“Embaixadores da resiliência”. Jogos Paralímpicos levam 27 atletas de 10 modalidades a Paris

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O Chefe da Missão Portuguesa aos Jogos Paralímpicos 2024, Luís Figueiredo, classifica a deslocação Paris como “uma jornada de inclusão, inspiração e colaboração”.

Na apresentação da comitiva lusa, Luís Figueiredo destacou o mérito e a força de vontade demonstrada pelos 27 atletas que vão representar Portugal.

“Nós não pedimos medalhas, pedimos que representem Portugal com dignidade e façam o seu melhor. Obviamente sabemos que alguns atletas vão conseguir atingir os seus objetivos, outros não. Vai haver algumas desilusões, no entanto, no final queremos que que os objetivos sejam atingidos”, declarou aos jornalistas no final da cerimónia de apresentação da Missão Portuguesa aos Jogos Paralímpicos de Paris, na noite de quarta-feira, em Loures.

As 10 modalidades em que Portugal estará representado em Paris 2024 constituem um recorde no que concerne ao número de modalidades com representação nacional em edições de Jogos Paralímpicos, superando as oito modalidades registadas em Tóquio 2020. Triatlo e powerlifting vão ser estreias nacionais.

“Estes atletas incríveis mostram-nos que, com sonho, trabalho árduo, duro e determinação inabalável é possível superara qualquer obstáculo. Os atletas que vão competir em Paris são mais do que simples competidores, eles são embaixadores da resiliência e da determinação”, disse Luís Figueiredo.

A Missão Portuguesa conta com sete atletas estreantes em Jogos Paralímpicos, 17 atletas do género masculino e 10 do género feminino que irão competir em 39 eventos medalháveis

O judoca português Miguel Vieira, que se sagrou campeão mundial de judo da categoria -60kg J1 em 2023, diz que não sente pressão para as próximas provas. Garante tranquilidade e vontade de vencer.

“Não sinto esse peso, pelo contrário, sinto-me no meio da minha família, no meio dos amigos, no meio da comunidade portuguesa. Todos nós, quando estamos dentro da nossa área de competição procuramos esquecer aquilo a que chamamos pressão e fazemos aquilo de que mais gostamos”, afirmou aos jornalistas.

Miguel Vieira garantiu que todos os atletas estão motivados.

O atleta Mamudo Baldé, a competir na modalidade de atletismo, diz que vai concretizar um sonho, ao participar nestes Jogos Paralímpicos. Afirma ser o culminar de muito trabalho e promete dar o seu melhor.

“Foi um ano de bastante trabalho, bastante sofrimento, mas tendo em conta que consegui a vaga, acho que é uma recompensa. Valeu o esforço para estar no maior palco do mundo. Medalhas não prometo, mas prometo levar Portugal ao peito”, rematou.

Mais apoios e melhores condições para os atletas

O Presidente do Comité Paralímpico de Portugal, José Manuel Lourenço, defende um melhor acesso ao financiamento por parte das federações desportivas, por forma a que seja alargada a participação desportiva.

“A prática desportiva por pessoa com deficiência é mais cara do que a prática do desporto dito regular. No entanto, evoluímos muitos nos últimos anos. Penso que é possível, com a existência de contratos-programa desportivos direcionados para pessoas com deficiência vir a alargar a participação para todas as federações, tenham ou não modalidades olímpicas. Aquilo que hoje não é modalidade olímpica, amanhã pode vir a ser. Veja-se o caso da Escalada que em 2028 vai ser uma modalidade de demonstração em Los Angeles”, apontou.

José Manuel Lourenço vê as Olimpíadas de Paris como mais uma oportunidade para divulgar os valores da resiliência, inclusão e da ética. “Este é o espírito que caracteriza todas as pessoas com deficiência e em particular aquelas que dedicam parte da sua vida ao desporto”, sublinhou.

Os jogos paralímpicos de Paris vão decorrer de 28 de agosto a 8 de setembro.

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