Emmanuel Macron admite envio de tropas ocidentais para a Ucrânia

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Emmanuel Macron admitiu esta segunda-feira que o envio de tropas para a ucrânia nãopode ser "excluído" dos apoios Gonzalo Fuentes - Reuters

O presidente francês afirmou esta noite em conferência de imprensa que "tudo é possível" no apoio a dar à Ucrânia para impedir a Rússia de vencer a guerra, sem excluir o envio futuro de tropas ocidentais.

(em actualização)

No final da reunião de mais de 20 aliados da Ucrânia, convocada para o Eliseu, Emmanuel Macron considerou que a "agressividade russa" não se virou somente contra a Ucrânia mas "contra nós em geral".

"Ouvimos o pedido do presidente Zelensky, de ampliar o nosso apoio e estamos convictos de que a derrota da Rússia é indespensável à estabilidade na Europa", argumentou o presidente francês.

"Faremos tudo o que for necessário para que a Rússia não possa vencer a guerra", prometeu. "Tudo é possível, para atingir este objetivo" acrescentou, sobre os apoios a dar a Kiev, incluindo os militares.

Para Emmanuel Macron, nem o envio futuro de tropas ocidentais pode ser excluído.

"Não existe consenso atualmente para enviar de forma oficial, assumida e endossada, tropas terrestres", reconheceu Macron. Mas, "nada pode ser excluído. Faremos tudo o que for necessário para que a Rússia não possa ganhar esta guerra".

Compra de munições

Já a proposta da República Checa, de aquisição de munições a países terceiros, para colmatar as falhas das remessas prometidas a Kiev, foi bem acolhida na reunião desta segunda-feira no Eliseu, em Paris.

No final do encontro, o primeiro-ministro holandês, Mark Rutte, revelou aos jornalistas que o seu país irá contribuir com 100 milhões de euros para a iniciativa, acrescentando que diversos outros países irão igualmente colaborar.


Em entrevista ao jornal Le Monde, a primeira-ministra da Estónia, Kaja Kallas, sublinhou por seu lado que "nós devemos dar mais armas à Ucrânia", criticando alguns aliados por não fazerem o suficiente.

"Os europeus devem prosseguir as remessas de armas, pois a triste verdade da guerra é que ganha quem tem mais munições", refletiu Kallas. "Os países que apoiam a Ucrânia têm orçamentos de Defesa bem superiores ao da Rússia, por isso quais são os obstáculos que impedem a entrega aos ucranianos daquilo que eles necessitam? Que podemos fazer mais?", questionou.

Para a primeira-ministra estoniana, "alguns países ainda não fizeram assim tanto" pela Ucrânia, apesar de reconhecer que "cada aliado tem o seu processo democrático para decidir que armas entregar e como o fazer".

"O que peço é que doemos mais. Devemos impedir a qualquer preço que a Rússia ganhe", defendeu."

Segundo o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, apenas foram entregues 30 por cento dos obuses prometidos pela União Europeia.
Portugal firme "no apoio"
A França quis recuperar as rédeas do processo de coordenação no apoio à Ucrânia, depois de ter falhado a presença na recente cimeira de segurança em Munique e promoveu por isso esta segunda-feira uma reunião entre mais de 20 líderes europeus, no Eliseu, lembrando que "a Rússia não pode ganhar a guerra" e que a segurança europeia está em risco.

Portugal foi representado por António Costa. O primeiro-ministro garantiu que "estamos firmes no apoio à Ucrânia".

Em declarações aos jornalistas, numa altura em que se assinalam dois anos após o início da invasão russa da Ucrânia, António Costa disse ser "fundamental mostrar um sentido de unidade com os nossos aliados americanos, canadianos, britânicos e membros da UE no apoio à Ucrânia para criar as condições para uma paz justa e duradoura".

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