Empresa desenvolve 'software' para reduzir acidentes em armazéns

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"A arquitetura do armazém é carregada no 'software' e depois a cada pedido é feita uma lista de necessidades de produtos do armazém e o 'software' dá a rota mais curta e mais eficiente para poder ser feito o 'picking' de forma mais rápida. E, uma vez que muitos armazéns têm rotas que podem criar colisões entre os carrinhos que vão buscar os produtos, ele também dá a rota mais segura", afirmou, em declarações à Lusa, o diretor da divisão dos serviços de consultadoria da KCS IT, Luís Chiti Dias.

A ideia de criar o 'Warehouse Optimizer' partiu de um funcionário da empresa, que "já tinha experiência anterior a trabalhar em projetos de 'software' para logística" e detetou um problema, que poderia ter uma solução tecnológica.

"Havia muitos acidentes nos armazéns, havia cruzamento de carros, que iam buscar os produtos e criavam bastante atrito no funcionamento eficiente do armazém", explicou Luís Chiti Dias.

O responsável da empresa acredita que, uma vez colocado no mercado, o produto poderá ter uma elevada procura por parte dos armazéns, "principalmente de média e grande dimensão".

"É algo que vai facilitar o dia a dia, a vida de quem trabalha nos armazéns. Através da tecnologia conseguimos criar um ambiente mais seguro e mais eficiente", salientou.

A expectativa da empresa é de "no próximo ano" ter "capacidade de o poder comercializar a 100%", mas primeiro precisa de um parceiro para testá-lo em ambiente real, para "aprimorar e melhorar o programa".

"Foi testado a nível rudimentar. Simulámos um armazém nas nossas instalações nos Açores e fizemos um teste muito rudimentar e funcionou. Nesta fase ainda precisamos de testes reais e de experimentá-lo num armazém", apontou o diretor de divisão.

Segundo Luís Chiti Dias, o produto pode mesmo ser comercializado no estrangeiro.

"O 'software' permite a configuração de praticamente quase tudo e inclusivamente pode ser colocado a funcionar em armazéns em Portugal ou no resto do mundo", salientou.

O "Warehouse Optimizer" foi desenvolvido na ilha Terceira, no escritório que a empresa abriu em 2019, no âmbito do projeto Terceira Tech Island, onde conta com 17 funcionários.

"Foi desenvolvido pelo nosso escritório nos Açores, que é na Praia da Vitória, desenvolvido por consultores açorianos que vivem nos Açores. Tivemos também uma equipa em Lisboa que fez a gestão do projeto, mas a equipa de investigação é toda local", adiantou Luís Chiti Dias.

O responsável da empresa acredita que o escritório nos Açores tem "potencial para crescer", mas precisa de mão-de-obra qualificada.

"Uma das nossas grandes ajudas no crescimento do escritório era a Academia de Código, que acabou por fechar na ilha Terceira, mas neste momento a KCS também está a preparar um plano para arrancar em janeiro de 2025 com academias próprias, de nós próprios contratarmos e formarmos pessoas na ilha Terceira", revelou.

A falta de pessoas formadas em programação, desenvolvimento de 'software' e tecnologias de informação é apontada como um dos entraves ao crescimento do escritório da ilha Terceira.

"Tem sido o nosso maior desafio, porque efetivamente para nós era importante que existissem escolas politécnicas ou institutos de ensino superior que tivessem engenharia informática ou algo similar de formação. Infelizmente, isso não acontece. O que nós estamos a fazer neste momento é traçar um plano para formar pessoas e requalificá-las profissionalmente", frisou Luís Chiti Dias.

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