Empresas pedem mais testes para "aprofundar" semana de quatro dias

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24 jun, 2024 - 12:55 • Ana Fernandes Silva , Olímpia Mairos

Mais de 80% das empresas que testaram a semana de quatro dias querem manter o modelo. E mais de 90% dos trabalhadores dizem ter vontade em continuar neste formato.

O presidente da Confederação Portuguesa de Micro, Pequenas e Médias Empresas (CPPME) defende que é preciso testar a semana de quatro dias em mais empresas. Em causa as conclusões do projeto-piloto que contou com a participação de 41 empresas em Portugal.

À Renascença, Jorge Pisco considera que é preciso aprofundar o estudo tendo em conta que há mais de um milhão de pequenas e médias empresas

“Este estudo é referente apenas a 40 empresas, quando o universo das micro, pequenas e médias empresas, são um milhão e duzentas mil. E são um universo de 99,8% do tecido empresarial português”, diz.

Segundo o presidente da Confederação Portuguesa de Micro, Pequenas e Médias Empresas, “a realidade do tecido empresarial português é completamente diferente daquilo que está refletido nesse mesmo estudo”.

“Nós pensamos que há que aprofundar esse mesmo estudo, tendo em conta esta mesma realidade”, defende.

Trabalhadores e empresas que testaram semana de quatro dias querem manter o modelo

Resultados promissores que devem elevar a discussão pública

Mais de 80% das empresas que testaram a semana de quatro dias querem manter o modelo. E mais de 90% dos trabalhadores dizem ter vontade em continuar neste formato.

Em declarações à Renascença, Pedro Gomes, um dos coordenadores do projeto, fala em resultados promissores.

“A grande parte das empresas mudou muito, teve que reorganizar o trabalho, teve de mudar processos e teve de trabalhar melhor a equipa, com um grande foco na comunicação, na redução do número de reuniões, na adoção da inteligência artificial e, portanto, nós conseguimos mostrar porque é que funciona”, indica.

O coordenador do projeto assinala que “não podemos com isto extrapolar”, considerando, no entanto, que são resultados “muito promissores do lado das empresas para continuar a testar, a experimentar a semana de quatro dias”.

Pedro Gomes considera que o mais importante agora é ser possível levar o tema a discussão pública.

“O mais importante do relatório é mesmo o conhecimento que vai elevar o nível da discussão pública”, diz, salientando que “há dois anos não se sabia sequer muito bem o que é que era a semana de quatro dias, se tinha corte de salários, se eram as mesmas horas em menos dias, o que não é e não há corte de salário, e não se conseguia perceber muito bem o que é que era”.

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