Endividamento da economia sobe 4,2 mil milhões em 2023 mas cai em percentagem do PIB

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Em 2023 o endividamento do setor não financeiro (inclui empresas, públicas e privadas e os particulares, diminuiu 28,4 pontos percentuais (pp), para 301,3% do PIB.

O Banco de Portugal publica hoje as estatísticas do endividamento do setor não financeiro atualizadas para dezembro de 2023. Os destaques vão para o endividamento do setor não financeiro que aumentou 4,2 mil milhões de euros em 2023; para o endividamento do setor público que subiu 2,5 mil milhões de euros em 2023; para o endividamento das empresas privadas cresceu 1,2% em 2023; e para o endividamento dos particulares que caiu 0,4%.

Apesar de o endividamento do setor não financeiro ter aumentado nominalmente em 2023, o crescimento do PIB foi superior. Por essa razão, o endividamento do setor financeiro em percentagem do PIB decresceu. Em 2023, o endividamento do setor não financeiro (inclui empresas, públicas e privadas e os particulares, diminuiu 28,4 pontos percentuais (pp), para 301,3% do PIB. O endividamento do setor público reduziu-se de 145,0% para 132,7%, e o endividamento do setor privado diminuiu de 184,7% para 168,6% do PIB.

Entre o fim de 2022 e o fim de 2023, o endividamento total das empresas privadas cresceu 1,2%, menos 1,1 pp do que no ano anterior. Já a taxa de variação anual do endividamento dos particulares apresentou uma tendência de decréscimo ao longo de 2023. Pois entre o fim de 2022 e o final de 2023, o endividamento dos particulares diminuiu 0,4%.

Em detalhe, Em 2023, o endividamento do setor não financeiro (administrações públicas, empresas e particulares) aumentou 4,2 mil milhões de euros, para 803,1 mil milhões de euros. Deste total, 449,3 mil milhões de euros respeitavam ao setor privado (empresas privadas e particulares) e 353,8 mil milhões de euros ao setor público (administrações públicas e empresas públicas).

Este indicador engloba os empréstimos obtidos, os títulos de dívida emitidos por estas entidades (dos quais se destacam as obrigações), as responsabilidades com créditos comerciais (dívidas por pagar a fornecedores de bens e serviços e adiantamentos de clientes) e ainda as responsabilidades com certificados de aforro e do Tesouro e outras responsabilidades da administração central.

O endividamento do setor público subiu 2,5 mil milhões de euros relativamente a 2022. Em dezembro o stock somava 353,8 mil milhões de euros, menos que no mês anterior (357,2 mil milhões), mas superior ao valor acumulado de dívida em dezembro do ano anterior (351,3 mil milhões).

Este acréscimo verificou-se, sobretudo, junto das administrações públicas (12,1 mil milhões de euros) e dos particulares (10,1 mil milhões de euros), devido ao investimento em certificados de aforro.

Em contrapartida, o endividamento do setor público diminuiu junto do exterior e do setor financeiro, respetivamente, 11,9 mil milhões de euros e 7,4 mil milhões de euros.

No final de 2023, a construção e atividades imobiliárias, o comércio e as indústrias eram os setores de atividade económica mais representativos no total do endividamento das empresas privadas. Já no que respeita à dimensão, as grandes empresas e as microempresas eram as que mais pesavam. A repartição, por setor de atividade económica e dimensão, tem-se mantido relativamente estável nos últimos anos, diz o BdP.

No que toca ao endividamento do setor privado cresceu 1,7 mil milhões de euros. O endividamento das empresas privadas aumentou 2,7 mil milhões de euros, sobretudo perante o exterior e as empresas (3,3 mil milhões de euros e 0,7 mil milhões de euros, respetivamente). Este aumento foi parcialmente compensado por uma redução de 1,0 mil milhões de euros junto do setor financeiro.

Em dezembro a dívida das empresas privadas somava 299,4 mil milhões de euros, o que compara com 299,5 mil milhões em novembro e com 296,7 mil milhões em dezembro de 2022.

Por seu turno, o endividamento dos particulares decresceu 1,0 mil milhões de euros, essencialmente junto do setor financeiro (1,2 mil milhões de euros).

Em dezembro as famílias acumulavam uma dívida de 149,9 mil milhões de euros, menos que os cerca de 150 mil milhões em novembro, mas mais do que deviam um ano antes (150,9 mil milhões).

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