Enquanto Noruega armazena cereais de reserva, Portugal tem stock para duas semanas

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Em Portugal, o problema de abastecimento e armazenagem de cereais dificulta a constituição de stocks de reserva, afetando também a exportação. Produção nacional é precisa, mas só chegaria a 20% da procura.

A instabilidade geopolítica global, climática e até a recente pandemia levaram a Noruega a aumentar os stocks de cereais para fazer face a possíveis disrupções futuras, uma possibilidade que se complica em Portugal pela baixa e decrescente produção nacional, infraestruturas insuficientes e falta de vontade política. Atualmente, o país tem stocks para apenas duas semanas, o que sublinha a enorme dependência externa nesta matéria, que também tem efeitos na competitividade do sector agroalimentar.

O clima e solos nacionais não são os mais adequados para o cultivo de cereais, o que tornará impossível a autossuficiência nesta matéria, mas as recentes perturbações nas cadeias de abastecimento globais devem levar as autoridades nacionais a considerar estratégias para o aumento dos stocks de reserva, defendem as associações do sector ouvidas pelo JE. A pandemia foi o primeiro sinal de aviso, levando a dificuldades logísticas a nível mundial, e a invasão da Ucrânia foi um agravamento dramático da situação, dada a importância que o país tem na produção mundial.

“A Europa acordou tarde para as questões de defesa e está a correr atrás do prejuízo, depois de ter deslocado [produção] para outras geografias, incluindo para fora da Europa. Tem de ser redesenhada uma estratégia, olhando para o potencial dos países europeus, […] que defina os stocks de segurança e como podem ser constituídos”, começa por referir Jorge Henriques, presidente da Federação das Indústrias Portuguesas Agroalimentares (FIPA).

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