"Enquanto outros estão preocupados com pequenas coisas, Governo governa"

O presidente do Partido Social Democrata (PSD), Luís Montenegro, teceu críticas, esta segunda-feira, aos partidos da oposição, que afirmou estarem "constantemente a alimentar pequenas coisas", enquanto o "Governo está a governar".

"Vemos na discussão pública muitos dirigentes, muitos responsáveis políticos, estarem constantemente a alimentar pequenas questões - e eles são mesmo pequenas - que interessam pouco ou nada às pessoas", afirmou num discurso, à margem do Conselho Nacional do Partido Social Democrata (PSD), em Lisboa.

Para o social-democrata, o que tem estado no centro da atenção política são "pequenas intrigas" e "posições tão incompreensíveis como infantis e imaturas". "Vemos muita gente a dar para esse peditório, mas não tem sido esse o nosso caso. Mantivemos sempre a nossa tranquilidade relativamente ao tratamento das questões fundamentais que preocupam a vida das pessoas", atirou.

Montenegro recordou que o Governo começou, em julho, a "estabelecer um diálogo político com todos os partidos que têm assento parlamentar com vista a iniciar um processo que possa conduzir a um aproveitamento do Orçamento do Estado para 2025". Nessas reuniões foram "ouvidas as primeiras opiniões de todos esses partidos" e "definida uma metodologia", que passava por, em setembro, haver uma segunda ronda de reuniões.

"O Governo está onde sempre esteve. Disponível e absolutamente empenhado em desenvolver um diálogo político e atingir o objetivo que serve o interesse nacional, que é termos um Orçamento para o próximo ano", frisou.

No entanto, "enquanto outros se continuam a preocupar com pequenos detalhes e que só interessam a quem não tem muito mais a dizer às portuguesas e aos portugueses", o Governo "esteve a governar" e "continua a governar".

O primeiro-ministro deu como exemplo o dia desta segunda-feira, durante o qual o Governo e sindicatos de enfermeiros chegaram a acordo sobre valorização da carreira e se reuniu com a Procuradora-Geral da República, a ministra da Administração Interna, a ministra da Justiça, o Diretor Nacional da Polícia Judiciária, o Comandante-Geral da Guarda Nacional Republicana e o Diretor Nacional da Polícia de Segurança Pública.

"Enquanto outros estão tão atarefados a falar das pequenas coisas, nós vamos continuar a falar daquilo que importa. Nós vamos continuar a fazer como fizemos hoje, como fizemos na última semana", frisou.

O presidente do PSD afastou também a possibilidade de governar em regime de duodécimos caso o Orçamento do Estado para 2025 seja "chumbado" pela Assembleia da República.

"Exprimo em jeito de conclusão um pensamento que creio que sua excelência o Presidente da Republica tem deixado de forma muito clara: estamos, relativamente ao Orçamento, confiantes na sua aprovação porque estamos conscientes que os duodécimos não são solução", afirmou.

Sublinhe-se que, esta segunda-feira, foi noticiada uma 'reunião secreta' do primeiro-ministro com os líderes do Chega, André Ventura, e da Iniciativa Liberal (IL), Rui Rocha.

Em comunicado, o gabinete do primeiro-ministro garantiu que "não há reuniões secretas" em São Bento, mas sim "encontros com entidades e personalidades de várias áreas, incluindo líderes políticos, sobre temas de interesse nacional, que ocorrem muitas vezes com discrição e sem a presença da comunicação social".

Já em conferência de imprensa, Luís Montenegro também desvalorizou o facto de as reuniões não terem sido comunicadas à imprensa. "Eu próprio, quando era apenas líder da oposição e apenas presidente do Partido Social Democrata (PSD), também aqui vim algumas vezes sem que os senhores e senhoras jornalistas soubessem", disse numa conferência de imprensa no Palácio de São Bento, referindo-se à altura em que António Costa era primeiro-ministro.

Sublinhe-se que a primeira reunião entre o primeiro-ministro e o líder da oposição, Pedro Nuno Santos, para debater o OE 2025 foi marcada no domingo para a próxima sexta-feira, às 15h00.

A informação foi transmitida cerca de uma hora depois de o primeiro-ministro ter enviado um comunicado às redações a acusar o secretário-geral do PS de "indisponibilidade recorrente" para uma reunião sobre o documento, alegando que está a tentar marcar uma reunião com Pedro Nuno Santos sobre o Orçamento do Estado para 2025 desde 4 de setembro.

Em resposta, o líder do PS acusou o Governo de provocar os socialistas com um "comunicado inaceitável" sobre o processo negocial do Orçamento do Estado para 2025 e querer criar uma "indesejável instabilidade política", rejeitando alimentar "discussões infantis e estéreis".

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