Ensaio – Ducati Diavel V4 – emoção (V)ezes 4

8 meses atrás 73

Muitas vezes falamos aqui de racionalidade e versatilidade. Pois bem, a nova Ducati Diavel V4 não tem nada disso! É verdade que se deixa conduzir na cidade ou no dia a dia de uma forma fácil, mas esta Diavel tem dois locais de eleição: uma estrada repleta de curvas para andar bem depressa e uma bela sala de estar para poder mostrar todos os seus atributos estéticos!

Este é mais um daqueles modelos Ducati que passou por uma transformação importante. Antes a Diavel estava equipada com um motor de 2 cilindros, mas agora conta com uma motorização V4. Mas existem mais novidades nesta moto incrível!

4 CILINDROS

Fonte:Motociclismo

Mostrada pela primeira vez ao público no final de 2010, a Ducati Diavel cedo passou a ser a moto de sonho para muitos motociclistas. Uma moto imponente e com fantásticos pormenores que não mudaram muito ao longo dos anos durante as várias evoluções do modelo. Agora, numa fase em que praticamente todas as Ducati de cilindrada mais elevada estão a montar motores de 4 cilindros, que mais facilmente cumprem as normas ambientais Euro 5, também a Diavel recebeu o motor V4 Granturismo, embora essa não tenha sido a única alteração. O quadro é um monocoque em alumínio, em que o motor é parte integrante do chassis, e face à anterior Diavel 1260 de 2 cilindros, esta moto apresenta uma redução de 13 kg, 5 no motor e 8 na ciclística, o que é notável.

Esta continua ser uma muscle bike, enorme, exagerada, mas também elegante ao mesmo tempo. A jante monobraço é já uma tradição, tal como o gigante pneu traseiro 240, e podemos dizer que esta moto podia entrar em qualquer filme de Hollywood. Nesta geração as luzes traseiras estão também fantásticas.

NÚMEROS E ELETRÓNICA

Fonte:Motociclismo

Falando de números, temos agora uma cilindrada de 1.158 cc, para uma potência máxima de 168 cv e um binário que chega aos 126 Nm, sendo o peso em ordem de marcha de 236 kg. Uma muscle cruiser, de linhas inconfundíveis que nesta geração dão ainda mais nas vistas devido às enormes entradas de ar frontais e por causa das 4 saídas de escape, que oferecem um visual nunca antes visto. Quanto à eletrónica, temos tudo o que possam imaginar, ou não fosse esta uma moto italiana. Os Power Modes são 3 e os Riding Modes 4: Sport, Touring, Urban e Wet, todos eles a permitirem ao condutor adaptar a entrega de potência e a intervenção dos sistemas de assistência à condução, e falamos do controlo de tração, ABS em curva e anti-cavalinho. Não falta ainda o Cruise Control para ajudar em autoestrada, o Launch Control para arranques à MotoGP e ainda o quickshifter bidirecional para passagens de caixa mais fáceis.

Os comandos são retroiluminados, a instrumentação é composta por um ecrã TFT de 5 polegadas e existe conetividade bluetooth para emparelhar o smartphone, podendo até servir como navegação turn by turn. E é claro, a ignição sem chave facilita a utilização desta moto em todas as situações. Quanto ao passageiro, beneficia de um bom assento, protegido por esta tampa, e em que os pousa-pés retráteis e a pega escondida beneficiam muito a estética da Diavel, pormenores estes que vêm já desde a primeira geração do modelo.

ADAPTAÇÃO

Fonte:Motociclismo

Nunca escondi que esta sempre foi uma das minhas motos favoritas, mas há que dizer que a posição de condução é um pouco estranha e exige hábito. Isto pois o assento é algo baixo e o guiador elevado, a que se somam pousa-pés mais adiantados do que seria de prever numa moto com esta potência. Isto significa que os primeiros metros com esta moto não são incríveis, exigindo adaptação. E mais, se os primeiros quilómetros forem realizados na cidade as sensações também não serão as melhores. Aqui o motor segue a rotações baixas e o conforto não sai beneficiado perante várias vibrações, pelo que o V4 está “fora de água” nos baixos regimes, pois possui até um sistema que desliga a bancada de cilindros traseiros a baixa rotação.

O MELHOR  Estética brutal, prestações, dinâmica  A MELHORAR  Preço, motor nos baixos regimes, posição de condução

Tudo acontece depois de forma gradual e nem damos conta, o que que sabemos é que a diversão é outra a partir das 4.000 rpm, especialmente numa boa estrada de curvas. Aí o monstro ganha vida, e apesar de ser uma moto um pouco física, devido ao peso, dimensões e pneu traseiro, as recuperações do motor são incríveis, nos médios e altos regimes, e a ciclística porta-se muito bem, devido a suspensões totalmente reguláveis e travagem de topo, com pinças Brembo Stylema. No campo da dinâmica somente a suspensão traseira “bamboleia” um pouco em ritmos mais rápidos, mas a eficácia geral é elevada e a distância ao solo suficiente para grandes momentos em curva.

MENOS EMOTIVA?

Fonte:Motociclismo

Teríamos de voltar a pegar na versão bicilíndrica mas, aparentemente, mesmo com 168 cv de potência, esta V4 parece estar um pouco mais suave e menos emotiva que a anterior, mas também possui qualidades e muita eletrónica que fazem aumentar a segurança.

E dizemos que poderá ser um pouco menos emotiva pois os escapes não conseguem escapar às malhas do Euro 5, pelo que em termos sonoros esta Diavel merecia um pouco mais. Mas a diversão foi constante nas várias estradas de curvas por onde andámos, especialmente no modo Sport, onde o V4 respira melhor e o acelerador responde de forma mais imediata, para excelentes momentos de condução.

Uma moto pouco prática no dia a dia, que também não oferece proteção aerodinâmica e que também não é a mais poupada (consumo médio a rondar os 6,5 / 7 l/100 km), mas que aposta tudo em dois aspetos: na componente estética e no prazer de condução!

Quase que apostamos que em breve deverá chegar uma versão S, com suspensões ainda mais competentes, mas por enquanto esta já é uma moto incrível e que pode receber muitos opcionais, como tanto os fãs da marca gostam. Pena o preço, mas aqui já se sabe que a Ducati não brinca em serviço!

DUCATI DIAVEL V4

MOTOR V4 Granturismo a 90º, refrigeração líquida

CILINDRADA 1.158 cc

POTÊNCIA 168 cv (124 Kw) @ 10.750 rpm

BINÁRIO 126 Nm @ 7.500 rpm

CAIXA 6 velocidades

QUADRO monocoque em alumínio

DEPÓSITO 20 litros

SUSPENSÃO DIANTEIRA forquilha invertida de 50 mm regulável, curso de 120 mm

SUSPENSÃO TRASEIRA monoamortecedor regulável, curso de 145 mm

TRAVÃO DIANTEIRO 2 discos de 330 mm, pinças monobloco Brembo Stylema radiais de 4 êmbolos

TRAVÃO TRASEIRO disco de 265 mm, pinça de 2 êmbolos

PNEU DIANTEIRO 120/70-17

PNEU TRASEIRO 240/45-17

DISTÂNCIA ENTRE EIXOS 1.593 mm

ALTURA DO ASSENTO 790 mm

PESO 236 kg

P.V.P. (desde) 26.795 €

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