Entre a «sorte» e a «técnica», o Sporting apoia-se num trio de leões nórdicos

Viktor Gyökeres já é uma arma conhecida e respeitada em Portugal, levando 10 golos em apenas seis jornadas no arranque da nova temporada, Morten Hjulmand foi a outra aposta forte do verão passado e por esta altura já tem o estatuto de capitão, mas agora há um terceiro escandinavo à mistura em Alvalade...

Conrad Harder fez este domingo a estreia a titular pelo Sporting, depois ter sido contratado ao Nordsjaelland, e mostrou potencial para estar à altura dos colegas escandinavos. O ponta de lança de 19 anos, a atuar a partir da esquerda, anunciou-se com um golo e uma assistência na primeira parte frente ao AVS, conquistando de imediato os adeptos.

Aliás, os primeiros dois golos da equipa de Amorim foram construídos pelo trio nórdico. O primeiro, marcado pelo ex-Nordsjaelland, teve Hjulmand na assistência após uma bela combinação com Gyökeres. O segundo foi celebrado pelo sueco já em cima do intervalo, mas teve na origem os dois dinamarqueses, que mostraram em campo uma relação que já tinha sido referida pelo médio na terça-feira.

«Estou a tomar conta dele», disse Hjulmand, após a vitória sobre o Lille (2-0). Este domingo, entre o futebol e as celebrações partilhadas, isso ficou à vista de todos.

Após o apito final, na conferência de imprensa, foi Rúben Amorim quem explicou, dentro do possível, a aposta neste mercado que nem sempre foi típico no futebol português...

Altos, loiros e toscos «limpos tecnicamente»

«Volto a dizer, o Morten não foi a minha primeira opção quando veio a lista», referiu o treinador, com crescente apreciação pelo trabalho de outros departamentos do clube. Tendo em conta o extenso namoro com um grego que nunca chegou, é justo afirmar que o mesmo é válido para a contratação de Conrad Harder.

Esse foi um dos fatores que Amorim teve em conta na hora de referir que o clube «teve sorte» na contratação de estes jogadores. «Não calha sempre assim», disse, depois de rasgados elogios a cada um dos três (veja o vídeo abaixo).

Sobre a aposta no mercado nórdico, o técnico atribuiu a responsabilidade ao scouting e ao diretor desportivo Hugo Viana, mas mesmo assim apontou a algumas características prevalentes nesse tipo de jogador. Embora sublinhando a importância da capacidade física no futebol, é evidente que estes escandinavos, altos e loiros como sempre, já não são toscos com a bola nos pés.

«A capacidade física é cada vez mais importante no futebol atual, porque há coisas que não se fazem só com talento. É um mercado onde há muita capacidade física, cada vez mais talento e são muito limpos tecnicamente, o que ajuda a jogar o nosso tipo de jogo», atirou.