Ericsson e Nokia alertam para necessidade de monetização do 5G e acordos público-privados em Portugal

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“A indústria tem tido dificuldade em monetizar a conectividade”, afirmou o CEO da Nokia Portugal, Sérgio Catalão, no 33º congresso da APDC. Juan Oliveira, CEO da Ericsson Portugal, diz que “há espaço para melhorar no sul da Europa” com o 5G SA, mas é preciso apoio do Estado.

O CEO da Nokia Portugal disse esta quarta-feira que o sector das telecomunicações está a entrar numa nova era no que diz respeito às redes de nova geração: a monetização, um processo que não tem sido fácil para esta indústria.

“Por um lado, tem-se vindo a investir nas redes fixas e móveis para o crescimento do tráfego. Por outro lado, as receitas para este sector têm crescido a uma taxa de 1%. A indústria tem tido dificuldade em monetizar a conectividade”, explicou Sérgio Catalão no 33º congresso da APDC – Associação Portuguesa para o Desenvolvimento das Comunicações.

A partir de agora, inicia-se a fase de fazer dinheiro com estes investimentos em tecnologia moderna de comunicações. “As redes 5G estão a ser implementadas nos seus diferentes domínios, o que é o primeiro passo da criação da infraestrutura necessária para a competitividade, e segue-se a utilização destas redes de resgatar valor para a indústria, que acabou por ir para outros pontos. É uma jornada que está a começar”, afirmou o CEO da Nokia Portugal, neste evento que decorre no auditório da Faculdade de Medicina Dentária de Lisboa.

Lembrando que a rede de quinta geração (5G) tem o potencial de gerar oito biliões de dólares (cerca de 7,4 biliões de euros) no PIB mundial até 2030, Sérgio Catalão questionou-se sobre se a participação do sector será igual no futuro, no painel designado “Aproveitar potencial exponencial das redes: a oportunidade para Portugal”.

Quem também subiu ao palco da convenção foi o CEO da Ericsson Portugal, que começou por mostrar um mapa mundo com as “zonas verdes” onde está disponível 5G Stand Alone – o “5G real”, como o próprio caracterizou – e declarar que “há espaço para melhorar no sul da Europa”.

“A Europa foi a quarta economia a lançar 4G e a sétima ou oitava a lançar o 5G, superados pela Austrália sem tradição tecnológica ou Índia”, recordou Juan Oliveira, numa intervenção intitulada “Do desenvolvimento do 5G até à transformação: uma jornada tangível para Portugal”.

É por esse motivo que o CEO da Ericsson Portugal lançou um apelo: a implementação de acordo público-privado em PT à imagem do que aconteceu em Espanha, um país que está autorizado a investir 680 milhões de euros para levar o 5G às zonas rurais espanholas. “Senão ficamos para trás. Espanha já o fez”, advertiu o gestor.

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