Escassez de candidatos é a maior dificuldade no recrutamento em Portugal

A maioria das empresas (89%) considera a escassez de candidatos a maior dificuldade no recrutamento em Portugal, revela um inquérito da empresa de consultoria e gestão de recursos humanos Egor divulgado esta segunda-feira, 7 de outubro. As outras razões, com menor representação, são a falta de candidatos qualificados, a dificuldade em reter talento, e as expetativas salariais elevadas.

De acordo com os inquiridos, as questões orçamentais são o principal impedimento ao crescimento do recrutamento: metade das empresas considera as questões orçamentais relevantes, enquanto cerca de 22% indica que, além destas, a legislação também é um fator que dificulta a contratação de novos funcionários.

Os fatores decisivos no perfil de um candidato são, por ordem de relevância: experiência profissional, soft skills e remuneração expectável. Em média, os inquiridos contam com cerca de 170 funcionários e metade diz ter as equipas presencialmente no local de trabalho, todos os dias da semana.

A escassos dias da apresentação do Orçamento do Estado para 2025 (OE2025) na Assembleia da República, os empresários estão na expectativa de ver as orientações que possam advir do novo OE em matéria de políticas económicas. No entanto, há um sentimento generalizado entre os empresários que a conjuntura económico-política dos últimos 20 anos não tem sido muito favorável às empresas, ao investimento e ao empreendedorismo.

O inquérito, realizado este mês a 35 empresas portuguesas da indústria e sectores próximos como os transportes e logística, da Área Metropolitana do Porto, no decorrer do evento Atualiza RH, revela que as empresas contrataram, em média, 24 novos funcionários em 2024, menos 13% do que o ano anterior.

Não obstante, a maioria dos empresários tem intenções de contratar novamente nos restantes três meses deste ano: mais de 60% das empresas ainda pretendem contratar em 2024.

Já para 2025, as empresas indicam, em média, que vão contratar, pelo menos, 15 novos funcionários. Uma fatia significativa de 44% admite que ainda não fez as contas para o próximo ano.

“Sabendo que os empresários são, por definição e também por inerência, pessoas com um elevadíssimo grau de auto-motivação, não deixará de ser importante que toda a sociedade, de uma maneira geral, contribua positivamente para um clima que seja favorável ao investimento, ao sucesso do sector empresarial, ao empreendedorismo, às novas ideias para se fazer mais e melhor, pois não há nada mais forte que um círculo vicioso positivo”, salienta João Lourenço, diretor executivo The Bridge Norte.