Estação neerlandesa "chocada" com expulsão de Joost Klein da Eurovisão

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A emissora neerlandesa AVROTROS disse estar "chocada" com a decisão da União Europeia de Radiodifusão (EBU, na sigla em inglês), que expulsou o representante dos Países Baixos do 68.º Festival Eurovisão da Canção, a decorrer em Malmö, na Suécia. 

Num comunicado divulgado na rede social X, antigo Twitter, a AVRTOTROS disse ainda considerar a decisão de desqualificar Joost Klein "desproporcionada". 

"Tomámos nota da desqualificação pela EBU. A AVROTROS considera a desqualificação desproporcionada e está chocada com a decisão. Lamentamos profundamente o sucedido e voltaremos ao assunto mais tarde", lê-se. 

We hebben kennis genomen van de diskwalificatie door de EBU. @AVROTROS vindt de diskwalificatie disproportioneel en is geschokt door de beslissing. We betreuren het enorm en komen er later inhoudelijk op terug. #eurovision2024 #europapa #joostklein pic.twitter.com/OBBLl2mU5x

— Songfestival (@songfestival) May 11, 2024

Recorde-se que a EBU anunciou hoje a expulsão devido a um incidente que envolveu o artista e um membro feminino da equipa de produção do festival.

"A polícia sueca está a investigar uma queixa apresentada por um membro feminino da equipa de produção, na sequência de um incidente que ocorreu após a sua atuação na semifinal de quinta-feira à noite", afirmou a EBU, em comunicado.

"Enquanto os procedimentos legais seguem o seu curso, não seria apropriado que ele continuasse a participar na competição", acrescentou a organização, sublinhando "uma política de tolerância zero em relação a comportamentos inadequados". 

Joost Klein terá feito ameaças verbais a uma funcionária da produção no local do evento, na quinta-feira à noite. Este sábado, a polícia sueca informou que um homem tinha sido interrogado por ter ameaçado um funcionário da Eurovisão no interior da Arena de Malmö, após a segunda semifinal do concurso, na quinta-feira.

A polícia disse que a pessoa não foi detida e acrescentou que o assunto foi encaminhado para um procurador, segundo a Reuters.

Assim, a final, agendada para hoje, vai ser disputada com 25 participantes, incluindo iolanda, que representa Portugal com a música 'Grito'.

Croácia, Israel e Suíça são favoritas à vitória de uma edição marcada pelo conflito israelo-palestiniano. 

Embora o lema do concurso seja "unidos pela música", o evento deste ano atraiu grandes protestos dos palestinianos e dos seus apoiantes, que dizem que Israel deve ser excluído devido à sua conduta na guerra contra o Hamas.

O conflito israelo-palestiniano dura há décadas, mas intensificou-se após um ataque do grupo palestiniano Hamas em Israel, em 07 de outubro, que causou quase 1.200 mortos.

Israel, liderado por Benjamin Netanyahu, respondeu com uma ofensiva que provocou mais de 34 mil mortos na Faixa de Gaza, segundo balanços das duas partes.

Para cumprir as regras de proibição de declarações abertamente "políticas" do concurso, os organizadores da Eurovisão instaram Israel a alterar o título original da sua canção, 'October Rain' - uma aparente referência ao ataque do Hamas de 07 de outubro -, que passou a aer intitulada "Hurricane" (Furacão).

Milhares de pessoas são esperadas numa marcha - a segunda esta semana - na terceira maior cidade da Suécia, que tem uma grande população muçulmana, para exigir um boicote a Israel e um cessar-fogo na guerra de sete meses.

Dezenas de manifestantes invadiram hoje a sede da televisão pública finlandesa, Yle, para exigir boicote à final do Festival Eurovisão da Canção devido à presença israelita.

Os manifestantes afirmam que Israel está a usar a Eurovisão como plataforma para branquear a sua imagem com a participação da cantora Eden Golan.

Vários apelos foram feitos por representantes políticos e artistas europeus à EBU para que a participação do país no concurso fosse vetada.

A título de exemplo, na sexta-feira, a vice-presidente do governo espanhol e ministra do Trabalho, Yolanda Diáz, numa publicação na rede social X, citada pela agência EFE, recordou que o Festival Eurovisão da Canção "é alegria, paz e diversidade, não uma montra para branquear o genocídio do povo palestiniano por Israel, que é morte, destruição e ódio".

Para a governante espanhola, Israel "é incompatível com os valores promovidos pelo concurso e não deveria participar" no certame.

A final do Eurofestival da canção será transmitida em direto na RTP1, a partir das 20h00.

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