Morreu o poeta José-Alberto Marques

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"Um poeta com uma linguagem única, de enorme originalidade, experimentalismo e liberdade. Pioneiro na poesia experimental e visual, tem uma obra vastíssima, talvez pouco conhecida, e que merece que voltemos a ela e a possamos reler com a qualidade e audácia com que o poeta a escreveu", afirma o coletivo Nervo, responsável pela edição da revista.

Segundo os meios de comunicação social locais, da região de Abrantes, o velório de José-Alberto Marques realiza-se hoje a partir das 18h00, na Capela de Sant'Ana, naquela cidade, onde no sábado, pelas 09h30, se celebra a cerimónia religiosa, seguindo o funeral para o Crematório do Entroncamento, onde terá lugar a cerimónia de cremação pelas 11h00.

Um dos últimos poemas de José-Alberto Marques, publicado na Nervo, intitula-se "colocarei bibliotecas em todos os cantos".

Natural de Torres Novas, o poeta estava ligado, desde finais da década de 1950, ao movimento da poesia experimental.

Segundo o portal das bibliotecas públicas do Médio Tejo, "a obra de José-Alberto Marques alia a experimentação fono e grafossemântica com um lirismo autobiográfico e uma aguda consciência social e política". "O quotidiano pessoal é reenviado ao espaço social coletivo, e a insistente presença de um e de outro são reflexivamente interrogadas pela materialidade da língua e da escrita".

Outra reflexão sua era "sobre a possibilidade de transformação política e social do Portugal pós-revolucionário", lê-se no portal.

José-Alberto Marques frequentou a Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa, que abandonou, vindo a licenciar-se em História pela Faculdade de Letras da mesma universidade. Radicou-se em Abrantes na década de 1960, onde foi professor de Língua Portuguesa na Escola D. Miguel de Almeida.

O poeta recebeu 1.º Prémio Nacional de Literatura Infantojuvenil, nas comemorações dos 20 anos do 25 de Abril, com o livro 'A Magia dos Sinais', saído em 1996. Nesse ano, o município distinguiu-o com a Medalha da Cidade.

Em Abrantes, foi dirigente da Casa do Benfica, tendo publicado um livro de poesia sobre futebol, 'Águias sobrevoando', e, numa homenagem à cidade de Abrantes, 'Zara', com a chancela da edilidade.

Segundo a rádio Antena Livre, a sua bibliografia conta mais de 20 títulos, entre os quais 'Loendro', 'Sala hipóstila', 'As tiras da roupa de Macbeth' e 'Eu Disse que Baudelaire Andava a Pé', integrado na coleção Alma, do semanário O Mirante.

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