Este ciclo político “vai seguramente prosseguir com uma vitória do PS”, antevê Costa

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No último debate no Parlamento e a cerca de um mês da dissolução da Assembleia da República, o primeiro-ministro defendeu a "geringonça" e garantiu que o actual ciclo político vai continuar com a vitória dos socialistas nas próximas eleições legislativas antecipadas. Mas também deixou avisos aos antigos parceiros, o PCP e o BE, ao alertar que não vão conseguir parar de "definhar" se continuarem a fazer do PS o seu "inimigo principal".

"Este ciclo político pode ter começado com uma derrota do PS, mas vai seguramente prosseguir com uma vitória do PS no próximo dia 10 de Março", afirmou no debate preparatório do próximo Conselho Europeu, respondendo às críticas do PSD, que acusou os socialistas de terem começado a governação dos últimos oito anos com uma derrota nas eleições de 2015 e de agora terminar "como sabemos".

A deputada Catarina Rocha Ferreira (PSD) criticou ainda o PS por se ter aliado a partidos "contra a construção europeia" durante a "geringonça" e de se preparar agora para "voltar a dar a mão ao PCP e ao BE" e eleger um "líder que quer fazer tremer as pernas dos banqueiros", referindo-se a Pedro Nuno Santos. "Esse registo com o PSD não vai acontecer", vincou, garantindo que o partido de Luís Montenegro quer "virar a página para defender a Europa".

Em resposta, António Costa acusou o PSD de ter uma "visão da Europa da austeridade", que diz ter sido "esmagada" pela governação do PS, e de provar que a sua "receita foi um fracasso" ao passo que a "alternativa da esquerda foi vitoriosa". O primeiro-ministro garantiu ainda que, após o governo de Pedro Passos Coelho, a "atitude de Portugal com a Europa mudou" porque "deixámos de estar de joelhos e em posição subserviente e passámos a estar numa posição construtiva", em que "a nossa voz é ouvida e respeitada".

Mas apesar dos elogios à "geringonça", o primeiro-ministro avisou os partidos da esquerda, o PCP em particular, de que é um "problema para a democracia portuguesa e para o conjunto da esquerda" os comunistas compararem o PS à direita porque "é importante que outras correntes [da esquerda] não continuem a definhar e sejam capazes de se afirmar". Algo que, diz, "nunca conseguirão continuando a eleger o PS como inimigo principal".

Antes, o primeiro-ministro anunciou que Portugal vai apoiar a adesão da Ucrânia à União Europeia (UE) no próximo Conselho Europeu de 14 e 15 de Dezembro, em que os líderes europeus vão tentar tomar uma decisão sobre o início das negociações para a integração ucraniana no projecto comunitário. E, embora considerando que a revisão intercalar do quadro financeiro plurianual não será “particularmente significativa”, admitiu esperar que se possa alcançar o “essencial”.

Mas alertou que o processo de adesão da Ucrânia tem de ter em conta as candidaturas dos países dos Balcãs ocidentais, em relação aos quais diz que também é “necessário e possível dar passos em frente”, e que deve ser “acompanhado passo a passo pela reforma interna da UE”.

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