EUA: Donald Trump vence no Nevada e nas Ilhas Virgens e prepara vitória no Supremo

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Nada parece ser suficiente para parar a investida do ex-presidente nas primárias republicanas. Mais importante ainda, o Supremo Tribunal não parece inclinado a dar razão aos que o querem fora dos palcos.

Donald Trump venceu as eleições presidenciais republicanas no Nevada e nas Ilhas Virgens Americanas disputadas esta quinta-feira, aproximando-se cada vez mais de se tornar o candidato republicano às presidenciais, em novembro próximo. Mas se alguma coisa aconteceu de fundamental esta quinta-feira, não foi no Nevada nem nas Ilhas Virgens, mas sim no Supremo Tribunal dos Estados Unidos – onde a maioria do coletivo de nove juízes deu indicações, segundo adianta a quase unanimidade da imprensa norte-americana, de não estar disponível para votar pela suspensão da candidatura do ex-presidente à nomeação republicana.

Trump, o favorito na corrida de nomeação do seu partido, era o único grande candidato que competia no caucus de Nevada e estava pronto para ganhar os 26 delegados do Estado para a convenção de nomeação do partido (em julho). Pouco antes, tinha ‘varrido’ o caucus das Ilhas Virgens, adicionando quatro delegados à sua lista.

Trump passou a manhã de quinta-feira a assistir à cobertura do caso no Supremo em que apelava sobre a decisão de um tribunal federal do Colorado de o remover das eleições deste ano por envolvimento em “insurreição” relacionada ao ataque de 6 de janeiro de 2021 ao Capitólio.

Segundo a imprensa, os juízes pareceram céticos em relação às ações do Colorado, expressando preocupação com o precedente que poderia abrir. Para Trump, tudo não passa de “mais interferência eleitoral dos democratas”. Resultado: o ex-presidente parece estar a caminho de uma grande vitória legal no Supremo Tribunal dos Estados Unidos, com os juízes a sinalizarem feira a sua disponibilidade para rejeitar a decisão judicial que o expulsa das urnas no Colorado.

Os nove juízes ouviram cerca de duas horas de argumentos do recurso de Trump. A decisão no caso promete grandes implicações para as eleições de 5 de novembro – e a convicção dos analistas é que nenhum dos nove juízes quer entrar para a história dos Estados Unidos por um acesso de muito duvidosa glória.

Os juízes – tanto os conservadores (seis) como os liberais (três) – expressaram preocupação durante as alegações sobre os Estados tomarem ações abrangentes que poderiam impactar as eleições presidenciais país. Seria abrir um precedente, parecem acreditar, que na orática iria colocar em causa a realização das próprias eleições – transformando a já de si complicada forma de apurar os vencedores numa ‘salgalhada’ ainda mais intrincada.

O juiz John Roberts (conservador) disse a Jason Murray, advogado que representa quatro eleitores republicanos e dois eleitores não filiados que avançaram com o processo contra Trump no Colorado, que, se a decisão judicial fosse mantida, outros Estados prosseguiriam com processos de desqualificação contra candidatos democratas ou republicanos. “As eleições presidenciais passam a depender de um punhado de Estados. Essa é uma consequência bastante assustadora”, disse.

“Acho que a questão que tem que se enfrentar é por que um único Estado possa decidir quem será o presidente dos Estados Unidos”, disse a juíza (liberal) Elena Kagan a Jason Murray. Por seu turno, o juiz (conservador) Brett Kavanaugh, indicado por Trump, colocou ênfase no “direito do povo de eleger candidatos da sua escolha, de deixar o povo decidir”.

Murray já sabia que iria enfrentar essa ‘barragem’. E argumentou: “a razão pela qual estamos aqui é que o presidente Trump tentou privar 80 milhões de americanos que votaram contra ele, e a Constituição não exige que ele tenha outra hipótese”.

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